Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Muzzatto, Egidiane Michelotto |
Orientador(a): |
Pereira, Thiago Ingrassia |
Banca de defesa: |
Loss, Adriana Salete,
Dalbosco, Cláudio Almir,
Pereira, Thiago Ingrassia |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas
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Departamento: |
Campus Erechim
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1778
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Resumo: |
Esse estudo tem como objetivo propor uma alternativa de educação para a cidadania e autonomia na contemporaneidade a partir das teorias educacionais de Immanuel Kant (1724 – 1804) e Paulo Freire (1921 - 1997). Parte-se do pressuposto de que, para haver condições igualitárias de vida é necessário que a sociedade seja composta por indivíduos esclarecidos, críticos e ativos. Para tanto, há de investir-se na educação humana alicerçada na compreensão e exercício da autonomia. Sem autonomia não há promoção humana, mas heteronomia, opressão e passividade. Nesse sentido, situados em contextos físico e cronológico distintos, um no séc. XVIII outro no séc. XX, Kant e Freire partem do princípio de que a educação é instrumento necessário para o desenvolvimento humano e que esta se dá continuamente, ao longo da vida, nas áreas teórica e prática. Kant concluiu que o ser humano não nasce moral, mas torna-se moral. Dessa maneira, a instrução visa promover o uso adequado da razão, compreendida como superior aos instintos. Deste modo, agindo de maneira autônoma externa e internamente o indivíduo tornar-se livre, alcança o esclarecimento. Engajado nos movimentos sociais, Freire desenvolveu um arquétipo pedagógico que concebe a pessoa humana em sua totalidade, inserida em um contexto espacial, cultural e temporal. A educação é, nesse sentido, uma ação para e com o social, político e antropológico. Dessa maneira, compete à educação preparar os indivíduos para lerem concretamente o mundo, compreendendo a dinâmica das relações, sinalizando situações de heteronomia e protagonizando mudanças na conjuntura pessoal e coletiva. Os aspectos defendidos por Kant e Freire fornecem elementos para uma educação para a contemporaneidade. Sabe-se que o cidadão deste século diferencia-se do cidadão do final do séc. XX. Dessa maneira, a educação também precisa ser diferente. Não basta ensinar a técnica, há de educar para a concretude da vida, agregando à formação valores éticos, estéticos e morais. Assim, espera-se um indivíduo preparado para viver em totalidade - pessoal e social. Deste modo, um indivíduo apto para os desafios: um cidadão. Diante disso, a proposta para este início de século é a educação para a cidadania democrática. Entendida como um sistema educacional que forma para a integralidade da vida é desenvolvida sobre três pontos fundamentais a ser considerados nos currículos escolares: a cidadania universal, o pensamento crítico e a imaginação narrativa (NUSSBAUM, 2015). Para tanto, além dos principais pensadores, os seguintes autores são tomados como referências: Rousseau (1999), Canivez (1991), Carvalho (2008), Covre-Manzini (1991), Dalbosco (2011), Dubet (2011), Flickinger (2004), Giddens (2002), Hall (2003), Marshall (1967), Nodari (2011), Palma Filho (1998), Reale e Antiseri (2004), Romanelli (1999), Zatti (2007) e Nussbaum (2015). Nesse sentido, com base metodológica na hermenêutica gadameriana, essa dissertação preocupa-se em tratar dos aspectos históricos da cidadania, autonomia e educação; da filosofia educacional kantiana e da pedagogia freireana; e, por fim, da possibilidade para o enfrentamento dos desafios deste tempo: uma educação para a cidadania democrática. |