As mulheres no processo de colonização do oeste catarinense: invisibilidade e resistência (1920/1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Signori, Andréia Aparecida
Orientador(a): Radin, José Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2095
Resumo: Essa dissertação trata sobre as mulheres no processo de colonização do Oeste catarinense, no período de 1920 a 1960, abordando sobre o contexto da colonização, a invisibilidade e a resistência das mulheres nesse processo. A construção do cenário em que ocorreu a colonização é feita a partir das bibliografias sobre história regional e por meio de documentos do acervo familiar da minha bisavó Elvira Laura, uma das mulheres migrantes que participou da colonização da região. A historiografia sobre o processo colonizador geralmente é colocada sob um viés patriarcal onde as mulheres foram invisibilizadas, elas pouco aparecem nas representações e nas memórias da colonização. À luz da referência teórica de Thompson a partir da História vista de baixo, a pesquisa trabalha a participação das mulheres no processo colonizador. Tanto as leis quanto a religião e os costumes criaram padrões de subordinação e silenciamento para as mulheres. Era costume nominar as mulheres como profissionais do lar, uma atividade não profissionalizada e mesmo quando tinham outros ofícios, não eram reconhecidas. Por meio dos costumes se consolidava a ideia de inferioridade das mulheres, pois, o direito de herança lhes era negado. Para compreender o contexto da dominação masculina, Pierre Bourdieu é o teórico que ampara a pesquisa. O cristianismo contribuiu com os padrões de moralidade onde ser mãe e ser recatada implicava em submissão e obediência. Olhando velhas fontes com um olhar novo é possível identificar que, apesar de tantas forças contribuírem para o silêncio das mulheres na história da colonização do Oeste de Santa Catarina, muitas delas resistiram e tornaram-se visíveis, contestaram os padrões estabelecidos, se negaram à submissão e protagonizaram suas identidades, suas profissões e seus direitos. O suporte teórico de Mary Del Priore contribui para compreender e melhor historicizar o protagonismo e resistência das mulheres no processo de colonização do Oeste catarinense presente nas fotografias e nos processos judiciais da época.