Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Marcelites, Elder José |
Orientador(a): |
Christoffoli, Pedro Ivan |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
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Departamento: |
Campus Laranjeiras do Sul
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2624
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Resumo: |
O esforço do presente trabalho consiste em analisar as relações contraditórias de produção no Assentamento Celso Furtado. Um território inserido numa realidade de luta dos camponeses, seja pela conquista da terra ou pelas políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico das famílias nos lotes, a pesquisa discute a abrangência e a eficácia dessas políticas em relação à realidade vivenciada no assentamento que se localiza no município de Quedas do Iguaçu-PR. Dessa forma, tem-se como preocupação central o debate em torno da contradição oriundas sobretudo das relações sociais antagônicas, na construção de sistemas produtivos que proporcionem aos assentados uma certa autonomia ainda que relativa. Nesse sentido, parte-se de uma hipótese inicial de que embora os camponeses conquistam mais uma fração do território da empresa Araupel, manifestam-se outras expressões de subalternidade do campesinato principalmente pela adesão destes ao padrão produtivista de matéria-prima para abastecer as agroindústrias da região mas também para o mercado externo. Nesta lógica, destacam-se a produção de commodities agrícolas assentada sobre a agricultura artificializada com o uso de insumos, agrotóxicos e sementes industrializadas geralmente transgênicas. Da mesma maneira, observa-se um processo de integração às empresas fumageiras onde os trabalhadores são submetidos às regras de contratos escusos e desvantajosos. Continuamente, a pecuária leiteira se encontra dividida entre as fortes inserções ao paradigma produtivista com alta produtividade dado o uso de máquinas, equipamentos e alimentos industrializados, por outro lado denota uma produção menos equivalente, todavia menos dependentes aos insumos produtivos externo as propriedades. Ao contrário disso tudo, percebe-se também experiências produtivas, embora individualmente, de resistência ao agronegócio. Pautado em sistema de equilíbrio do solo e dos recursos naturais com a adoção de técnicas ecológicas sustentáveis, destaca-se a produção agroecológica de café sombreado. Ainda nesse pressuposto, o trabalho aborda a conquista da Feira de Produtos da Reforma Agrária e da Agricultura Familiar, um espaço coletivo de divulgação e venda dos produtos produzidos no assentamento. Para tanto, na realização do trabalho optou-se por numa metodologia de entrevistas com assentados, lideranças e técnicos que participaram do processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) e do Programa de Assistência Técnica Ambiental e Social às famílias assentadas (ATES). Como resultado dos dados coletados a campo e dos relatos, constatamos que no assentamento analisado, manifestam-se relações sociais contraditórias de produção, sobretudo, vinculadas ao desenvolvimento das estruturas produtivas em curso. |