Feiras da reforma agrária: concepções sobre a atuação das mulheres na produção agroecológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Forchesatto, Raquel
Orientador(a): Silva, Émerson Neves da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2133
Resumo: Esta dissertação é resultado de pesquisa desenvolvida para o Programa de Pós-graduação em História da UFFS, como requisito para obtenção de título de Mestre em História. As reflexões propostas neste estudo visam apresentar elementos sobre o debate acerca das relações de gênero no interior do MST. Para isso, tem-se como objetivo geral analisar a concepção das mulheres que participam do grupo da Feira da Reforma Agrária no município de Passos Maia (SC) sobre o papel das mulheres na produção agroecológica do MST. O método de pesquisa utilizado para o desenvolvimento deste estudo é o da História Vista de Baixo, a partir de Edward Palmer Thompson, que busca descrever a história a partir da realidade das pessoas comuns. Os conceitos-chave utilizados são “relações de gênero”, “trabalho” e “agroecologia”. Para configurar este trabalho, buscou-se realizar pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas, através da História Oral. Foram realizadas 16 entrevistas com as mulheres semterra e feirantes que residem no município de Passos Maia, e uma entrevista com representante do Setor Estadual de Mulheres e Saúde do MST. Para apresentar as reflexões propostas, esta dissertação é dividida em três capítulos. A partir das análises realizadas, temse como resultado a existência de diferentes concepções acerca do trabalho das mulheres na produção de alimentos agroecológicos. Aponta-se que a criação de espaços como a Feira da Reforma Agrária é fundamental para o avanço da construção de um novo modo de produzir e de se desenvolver as relações produtivas a partir de cadeias agroalimentares curtas; e as mulheres são fundamentais para o desenvolvimento deste processo. Nesse contexto, na organicidade do MST em relação ao vivenciado pelas mulheres feirantes, é possível perceber inúmeras divergências que só poderão ser superadas a partir do fortalecimento das ações de participação das mulheres nas instâncias organizativas do movimento e da sociedade em geral, como é o caso do acesso ao poder legislativo e executivo dos municípios, entre outras esferas. Para além, ainda se conclui que fortalecer as práticas agroecológicas que vêm sendo desenvolvidas pelas mulheres em seu cotidiano de trabalho nas propriedades e constituir um novo modo de produção no interior dos assentamentos do MST é fundamental para o seu fortalecimento, bem como o estabelecimento de novas práticas de produção e reprodução da vida em sociedade.