A situação linguística dos Ítalo-brasileiros e imigrantes Haitianos na cidade de Chapecó-SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Zamaro, Leticia Cunha
Orientador(a): Horst, Cristiane
Banca de defesa: Cambrussi, Fabiola, Busse, Sanimar, Finger-Kratochvil, Claudia, Krug, Marcelo Jacó
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3927
Resumo: O Bilinguismo no Brasil é uma realidade mesmo que muitos ainda contestem. Porém, com a chegada dos novos imigrantes ao Oeste de Santa Catarina (como haitianos, senegaleses e nigerianos), mais especificamente na região de Chapecó-SC, iniciaram-se estudos e pesquisas com o foco nas vantagens de ser bilíngue/plurilíngue no ensino-aprendizagem de português como língua adicional e no ensino de português em contextos de multilinguismo especialmente. Além disso, entendemos que também é preciso dar atenção aos estudos de contato do português com as línguas maternas das experiências vivenciadas, aos fenômenos linguísticos registrados de imigrantes, bem como de descendentes de imigrantes. Portanto, neste estudo teve-se como objetivo central analisar a situação linguística dos ítalo-brasileiros e dos imigrantes haitianos que residem em Chapecó-SC. A hipótese inicial era que os imigrantes haitianos passam por situações linguísticas semelhantes às enfrentadas por italianos do século XIX e ainda hoje recordadas e sentidas pelos seus descendentes, isto é, as políticas linguísticas ainda persistem na invisibilidade da coexistência das línguas presentes no território brasileiro. Porém, a diferença é que o novo imigrante passa por situações que vão além das barreiras linguísticas e do preconceito linguístico, passando também pelo racismo e pela xenofobia. Utilizamos a metodologia da Dialetologia Pluridimensional e Relacional de Thun (DPR) (1996, 1998, 2005, 2010), que contempla o espaço variacional em diferentes dimensões. Neste estudo, selecionamos as dimensões diatópica (as localidades da cidade de Chapecó: bairro EFAPI e Linha Colônia Cella), dialingual (francês/crioulo-português e Talian-português), diassexual (masculino e feminino), diastrática (classes sociais alta e baixa) e diafásica (contextos comunicativos). Para a obtenção dos dados, fizemos uma entrevista online usando quatro estilos de usos da língua: a conversa semidirigida; um questionário metalinguístico do projeto Atlas das Línguas em Contato na Fronteira -ALCF de KRUG (2013); a leitura de um trecho de textos escritos em crioulo, francês, Talian, italiano e português; e a escrita de um bilhete. Por meio da análise dos dados foi possível confirmarmos nossa hipótese a respeito da invisibilidade que as políticas linguísticas tendem a ter sobre o bilinguismo. Constatamos, também, que os ítalo-brasileiros da geração jovem são bilíngues Talian-português, no entanto, observamos uma queda de uso da língua Talian, sendo que os informantes alegam compreender mais do que falam este dialeto. Os haitianos também são bilíngues, contudo, dominam mais habilidades linguísticas se comparados aos descendentes de italianos.