Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Sanzovo, Stephane Terres |
Orientador(a): |
Stübe, Angela Derlise |
Banca de defesa: |
Finger-Kratochvil, Cláudia,
Rassia, Gesualda de Lourdes dos Santos,
Cavalheiro, Aline Cassol Daga |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
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Departamento: |
Campus Chapecó
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3899
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Resumo: |
O presente estudo, com base no dispositivo teórico-analítico da Análise de Discurso (AD) pecheutiana, em uma perspectiva que dialoga com os estudos sobre a educação, tem por objetivo analisar que formações imaginárias sobre sujeito-aluno são sustentadas no discurso da Base Nacional Comum Curricular (2018), um documento oficial de caráter normatizador da educação básica no Brasil. Para tanto, a pesquisa delimitou-se pela análise, dentro de A Etapa do Ensino Médio, a parte que se intitula “A área de linguagens e suas tecnologias”, definindo-se assim o corpus deste estudo. De forma a investigar os dispositivos que funcionam para construir as formações imaginárias sobre sujeito-aluno, realizamos recortes discursivos a partir da seleção de Sequências Discursivas, nas quais foram analisadas regularidades de marcas linguísticas e discursivas, para atender os objetivos desta pesquisa. Essas regularidades são, respectivamente, “Aprender a aprender” e “Autonomia”, resultando no “Apagamento do sujeito professor”. Isso porque nossa hipótese é de que as formações imaginárias sobre sujeito-aluno são sustentadas por concepções mercadológicas do ensino e do aluno, pois a partir de uma doutrinação advinda das concepções neoliberais de mercado e economia, o sujeito-aluno é levado a devolver ao Estado, em forma de mão de obra qualificada e não especializada, os investimentos que foram feitos para os seus estudos. O estudante deve ser flexível e adaptável ao sistema capitalista e às demandas do mercado de trabalho, que requerem cada vez mais a inserção do trabalhador às novas tecnologias, que não critique o sistema, mas saiba se adaptar de diferentes formas, sem alterá-lo. Essas formações imaginárias sustentadas por uma visão utilitarista do ensino permitem que haja o apagamento do sujeito-professor na textualidade do documento. Assim, as marcas linguísticas e discursivas do lema “aprender a aprender” e “autonomia”, analisadas a partir de sequências discursivas, funcionam como dispositivos para o apagamento do professor como profissional responsável pela seleção de metodologias para o processo de ensino e aprendizagem. Com isso, a responsabilidade sobre o próprio aprendizado caberá ao aluno, que de forma autônoma deverá obter êxito no processo de ensino na educação básica, terminando os estudos com um perfil de egresso baseado nos objetivos desenvolvidos pelas competências e habilidades dispostas pela Base. O documento produz formações imaginárias sobre um sujeito-aluno que esteja preparado para atender as demandas do mercado, desenvolvendo uma visão utilitarista da formação do sujeito-aluno e estando permeada por concepções do mundo do trabalho. A escola como o lugar de manifestação do discurso autoritário consolida e normatiza sentidos que estão voltados à adaptação do sujeito às demandas capitalistas, sem incentivá-lo a criticar o sistema, mas consolidando sentidos de diferentes formas de adaptação. O Estado se afasta cada vez mais da responsabilidade pelo sujeito no que concerne ao acesso e à oferta de emprego e transfere ao aluno, pelo discurso da autonomia e do protagonismo, a responsabilidade frente ao mercado de trabalho, a vida pessoal, a vida coletiva e as questões de demanda socioambiental. |