A participação familiar nos processos educativos: uma análise das representações de mães sobre a relação família-escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Johann, Magali Maria
Orientador(a): Silva, Ariane Franco Lopes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2129
Resumo: O estudo tem por objetivo compreender as representações sociais de mães sobre a relação família-escola. Essa relação família-escola foi investigada na questão da aprendizagem, do comportamento das crianças e da proximidade da família no contexto escolar. Este estudo fundamenta-se na teoria das representações sociais idealizadas por Serge Moscovici (1978) que procura explicar o efeito dos conhecimentos de senso comum acerca de objetos sociais no comportamento das pessoas, nas suas atitudes e nos seus julgamentos. A metodologia a ser adotada tem um caráter multifacetado que explorou as representações sociais de mães sobre a relação família-escola. A abordagem plurimetodológica privilegia análises qualitativas, que possibilitam a interpretação dos dados. Ao todo participaram da pesquisa 105 mães de alunos matriculados na última turma da pré-escola, no primeiro e quinto ano do ensino fundamental. Desse total, 62 eram mães de escola privada e 43 de escola pública, ambas localizadas em uma cidade da região sul do país. Um questionário com perguntas abertas e fechadas sobre o perfil dos participantes foi aplicado às mães. Em seguida, aplicou-se a Técnica de Associação Livre de Palavras a partir dos seguintes termos indutores: Família e desempenho escolar; Família e comportamento das crianças; Família na escola. Em um segundo momento, aplicou-se o instrumento das narrativas projetivas, quando os sujeitos foram solicitados a completar com suas próprias palavras uma história que estava inacabada. Por fim, no instrumento da seleção de imagens, os sujeitos foram solicitados a escolher dentre quatro figuras, a que melhor representava a relação família-escola, justificando a sua escolha. Os dados da Associação Livre de Palavras foram tratados pelo software Evoc (2000). Os dados do complemento de frases foram analisados pelo software Iramuteq (2009). As justificativas da seleção de imagens foram tratadas pela análise de conteúdo (BARDIN, 1977). O projeto de pesquisa passou pelo Comitê de Ética em Pesquisa e obteve aprovação. Os resultados indicam que, com relação à questão da aprendizagem, não houve diferença entre os dois grupos de mães, que percebem o seu papel nesse processo como sendo o de proporcionar suporte e apoio ao seu filho (a). Com relação à questão do comportamento das crianças, houve diferença entre os dois grupos de mães. Para as mães da escola privada, o seu papel na formação moral, ética e social das crianças foi o de proporcionar primeiramente, uma boa educação por meio de conversas. Em segundo plano, apareceu a questão da imposição de limites e regras. Para as mães da escola pública, a formação moral, ética e social das crianças revelou-se como um problema e uma preocupação. Em segundo plano, apareceu a questão da imposição de limites. Com relação à questão da família na escola, houve semelhanças entre os dois grupos de mães. Ambas salientaram que é importante a participação da família na escola, acompanhar as crianças na sua vida escolar. Para as mães da escola privada, a relação família-escola girou em torno da ideia de uma harmonia, de um entendimento, de parceria e de uma expectativa de crescimento e desenvolvimento. Para as mães da escola pública, obteve-se dois tipos de respostas sobre a relação família-escola. A maior parte delas não fez comentários específicos sobre essa relação, limitando-se a comentar os benefícios de se frequentar a escola. Possivelmente, as representações da relação família-escola ancoram-se também na história da escola no Brasil, que ampliou o acesso ao ensino a um grande número de crianças e jovens, divulgou os ideais de que a escola forma para o trabalho, proporcionando melhores condições de vida, e que a família deve oferecer apoio e suporte a esse processo. O entendimento do papel da escola e das famílias no desenvolvimento das crianças e as expectativas com relação à escola na formação podem ser diferentes e influenciados por diferentes fatores como a idade das mães, a sua profissão, a sua formação. Os contextos de vida das famílias impactariam, a nosso ver, nos tipos de relação entre mães e escola.