A leitura como melancolia: memória, presente e vazio na crítica de José Castello

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Paula de
Orientador(a): Prigol, Valdir
Banca de defesa: Luz, Mary Neiva Surdi, Souza, Márcia de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3861
Resumo: Esta pesquisa trata de compreender o modo de leitura de José Castello, a partir da análise do texto Uma defesa da melancolia (2013), publicado no caderno Prosa, do jornal O Globo, em sua coluna semanal chamada A literatura na poltrona, a partir do pressuposto de que Castello lê lembrando, ou ainda, lê de maneira melancólica, e que, a exemplo dele, talvez leiamos da mesma forma. Ou seja, partimos da premissa de que realizamos um movimento de leitura semelhante ao do crítico, que parece ser construído com base na relação entre atualidade e memória, voluntária e involuntária, e que tais reminiscências instauram um vazio no presente deste sujeito. Primeiramente, o trabalho se dá por meio da análise, e descrição, da crítica e pela investigação de outros sentidos da metáfora da melancolia, que aparecem ao longo do texto, a partir das contribuições de Giorgio Agamben (2007), José Castello (2007), Michel Pêcheux (2008) e Walter Benjamin (1989). Em seguida, procurou-se observar a historicidade da melancolia, através de seus deslizamentos como o vazio/falta, a poesia/melancolia e a sombra/luz inexplicável, por intermédio de Gerry Maretzki (2010), Giorgio Agamben (2007), Sigmund Freud (2011) e Walter Benjamin (1984), para compreendermos, anacronicamente, o caráter paradoxal deste afeto, desde sua origem. Por fim, ocupou-se em pensar a leitura como melancolia pelo viés de Giorgio Agamben (2009), Georges Didi-Huberman (2017), Marcel Proust (2017), Michèle Petit (2009) e Roland Barthes (2004). Isto é, tratou-se de analisar a discursividade desse gesto leitor, a partir da dialética entre passado e presente, e de como se dá esta leitura, ocorrida entre dois tempos, cujo encontro provoca uma ruptura, confluência da qual, pensamos, nasça um modo melancólico de leitura.