Produzindo subjetividades: um estudo sobre a atividade de profissionais de saúde em formação no hospital do Instituto Nacional de Infectologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Chaves, Juliane Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/38205
Resumo: Uma dupla tarefa se impõe à Política Nacional de Humanização/PNH (2003): a produção de saúde e a produção de subjetividade. Caminhar na direção da humanização do SUS, no sentido mais substancial do que propõe a política, implica em uma mudança nas relações de cuidado a partir de uma nova forma de produção de subjetividade. Contudo, as práticas hegemônicas do cuidado em saúde ainda são marcadas por um modo de subjetivação, remanescente dos séculos XVII/XVIII, de constituição de objetos-sujeitos, formas/fôrma, característicos de uma medicina disciplinar, privada, liberal, submetida às leis do mercado e aos mecanismos de iniciativa individual. Esse estudo, situado sobre produção de subjetividade no hospital do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz/ INI - FIOCRUZ busca, a partir da análise da atividade de profissionais de saúde em formação, não só conhecer os instituídos, os prescritos que surgem a partir destes, que permeiam a implementação da política em questão, mas fazer aparecer, também, os movimentos instituintes, aqueles que se dão em situações não oficiais, mas que fazem parte do processo de institucionalização. Por conseguinte, busca conhecer, a partir da análise de uma atividade, o jogo que se dá entre a atividade realizada e o real da atividade, sustentando os conflitos, as controvérsias que surgem nesta relação dinâmica a fim de, além de possibilitar o desenvolvimento da atividade analisada, também possibilitar o conhecimento deste processo e, com isso, ampliar o poder de agir dos envolvidos nas atividades por vir, contribuindo assim com novos modos de subjetivação. Para tanto, foi realizada uma pesquisa-intervenção do ano de 2016 ao ano de 2017, que utilizou como referenciais teórico-metodológicos a Clínica da Atividade e Análise Institucional. A pesquisa, composta de 3 etapas: revisão bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo, utilizou como métodos a observação direta, o diário de campo e as rodas de conversa. Os dados colhidos a partir das técnicas utilizadas corroboram estudos anteriores, com isso, concluímos que há persistência do que designamos como principal problemática institucional: forte hierarquização das relações com repercussões na qualidade da comunicação. Contudo, alguns processos indicaram um funcionamento institucional próximo das propostas da PNH que, com características eminentemente instituintes, mostram que esta já se impõe como uma política pública consolidada, instituída. O coletivo, nas atividades relatadas e observadas, aparece como protagonista, afirmando e sustentando os princípios da PNH: o aumento do grau de transversalidade e a corresponsabilidade da atenção e da gestão. O afeto, por sua vez, se coloca como analisador dos instituídos. É através do reposicionamento em relação a este que parece ser possível a entrada do novo, singularizações e estilizações do funcionamento institucional. De forma localizada e concreta, foi possível, ainda, contribuir com as mudanças nos processos de produção de saúde e de subjetivação necessárias para a efetivação da PNH quando o coletivo participante - diante dos impasses, das controvérsias e dos conflitos - consegue encontrar saídas potentes, o que aponta para a possibilidade de desenvolvimento e da ampliação do seu poder de agir.