Calcificações vasculares em pacientes hemodialisados: correlação entre os achados ultra-sonográficos, radiológicos e clínico-laboratoriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Miguel, Sebastião José Baptista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10971
Resumo: Introdução: Os pacientes portadores de doença renal crônica terminal em hemodiálise apresentam elevada taxa de mortalidade. A principal causa de morte é a doença cardiovascular. Fatores de risco tradicionais como obesidade, hipercolesterolemia e hipertensão sistólica pré-diálise parecem ter um impacto menor no risco de mortalidade dos pacientes em hemodiálise. Por outro lado, a presença de calcificação vascular está associada à doença arterial oclusiva periférica (DAOP) e a um aumento significativo no risco de morte por causas cardiovasculares. Objetivos: Correlacionar a DAOP (diagnosticado como índice pressórico tornozelo-braço, IPTB, alterado) com achados de imagens vasculares (ultra-sonografia e radiografia simples); comparar a acuidade da ultra-sonografia com a radiografia no diagnóstico de calcificação vascular; e determinar condições clínico-laboratoriais associadas à DAOP. Métodos: Estudo transversal envolvendo 76 hemodialisados de um mesmo centro, em diálise há pelo menos 12 meses. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação ultra-sonográfica em modo B para determinação da espessura médio-intimal das carótidas. A presença de calcificações arteriais foi avaliada através de radiografias simples de quadril e também pela ultra-sonografia em modo B das artérias carótidas internas e comuns, femorais e tibiais. Empregando regressão logística, procurou-se correlacionar a presença de um IPTB baixo com as seguintes variáveis independentes: idade (décadas), gênero, tempo em diálise, tabagismo, diabetes melito, hipertensão arterial, uso de calcitriol e níveis séricos de PCR ultra-sensível, cálcio iônico, fósforo e PTH intacto. Resultados: A idade média dos pacientes era 52±13 anos, 57% eram masculinos e 16% diabéticos. O exame radiológico mostrou-se mais sensível no diagnóstico de calcificação vascular do que a ultra-sonografia (64% vs. 48%, P=0,0023). Entretanto, no modelo de regressão logística, somente calcificações à ultra-sonografia (P=0.002, OR=12.09) estiveram associadas a baixo IPTB, em contraste com os resultados negativos observados tanto para o espessamento médio-intimal de carótidas (P=0,998, OR=0,00) quanto para calcificações vasculares à radiografia (P=0.118, OR=5.65). Na procura de fatores de risco para um baixo IPTB, apenas a idade (décadas) apresentou associação estatisticamente significativa (P<0,001, OR=5,65). Conclusões: A radiografia de quadril foi mais sensível na detecção de calcificação vascular que a ultra-sonografia, porém, somente calcificações arteriais à ultra-sonografia associaram-se a IPTB baixo. Dentre as condições clínico-laboratoriais analisadas, apenas a idade apresentou associação significativa com IPTB baixo, de um modo que um incremento de cada década na idade, aumentou a chance de um IPTB reduzido em quase 6 vezes