Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Wolino, Karen Salve Coutinho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/21670
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Resumo: |
A doença arterial coronariana (DAC) é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Diversos fatores de risco estão associados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) e recentemente o desequilíbrio da microbiota intestinal tem sido considerada um novo fator de risco relacionado a esse desfecho. Estudos vêm mostrando que as toxinas produzidas pela microbiota intestinal como o N-óxido de trimetilamina (TMAO) estão associadas com a formação da placa aterosclerótica. Nesse sentindo, diversas estratégias têm sido sugeridas com o objetivo de modular a microbiota intestinal e reduzir os níveis de TMAO. O uso de alimentos fontes de nutrientes e compostos bioativos com funções de pré e probióticos têm sido propostos como uma estratégia promissora e nesse contexto, destaca-se a castanha-do-Brasil, um alimento tipicamente brasileiro, rico em selênio e compostos bioativos como os polifenóis. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da suplementação com castanha-do-Brasil nos níveis de TMAO em pacientes com DAC. Foram selecionados 69 pacientes com DAC atendidos no Hospital Universitário Antônio Pedro. Os pacientes foram randomizados em dois grupos, o grupo suplementação recebeu 1 castanha-do-Brasil por dia durante 3 meses e, o grupo controle, não recebeu nenhum tipo de suplementação durante 3 meses. Os dados antropométricos, clínicos e bioquímicos foram coletados antes e após o período de intervenção. Os níveis de TMAO, colina e betaína plasmáticos foram avaliados por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas sequencial (LC-MS/MS). Finalizaram o estudo 25 pacientes do grupo suplementação (H=13/M=12; 62,6 ± 6,6 anos e média de IMC de 29,7 ± 4,7 kg/m 2 ) e 14 pacientes do grupo controle (H=6/M=8; 65,1 ± 7,1 anos e média de IMC de 33,6 ± 22,0 kg/m 2 ), totalizando 39 pacientes. Foi encontrado uma redução significativa na ingestão de fibra total após a suplementação com a castanha-do-Brasil (26,6 ± 16,2 vs 18,2 ± 6,7g; p= 0,00) e um aumento do selênio após a suplementação com a castanha-do-Brasil (62,7 ± 50,4 vs 370,4 ± 19,9µg; p=0,00). Quanto aos parâmetros bioquímicos, houve uma redução relevante no Índice de Castelli I (4,3 ± 2,3 vs 3,6 ± 0,7 mg/dL; p= 0,03) no grupo suplementação e não foram encontradas alterações expressivas nos níveis de glutationa peroxidase (GPx) no grupo suplementação (24,0 ± 12,8 vs 35,0 ± 17,4 mg/dL; p= 0,50). Também não foram encontradas mudanças significativas nos níveis de TMAO no grupo suplementação e no controle, respectivamente (0,15 ± 0,1 vs 0,16 ± 0,08 ng/μL p= 0,79; 0,16 ± 0,1 vs 0,17 ± 0,08 ng/μL p= 0,14). Da mesma forma, também não foram encontrados resultados expressivos nos níveis plasmáticos de colina no grupo suplementação e controle, respectivamente (6,5 ± 1,8 vs 6,5 ± 1,4 ng/μL p= 0,82; 7,1 ± 1,1 vs 7,2 ± 1,0 ng/μL p= 0,56) bem como também não foram encontradas alterações nos níveis plasmáticos de betaína em ambos os grupos, respectivamente (4,9 ± 2,0 vs 5,8 ± 1,8 ng/μL p= 0,69; 6,9 ± 2,3 vs 7,1 ± 1,7 ng/μL p= 0,69). Não foram encontradas alterações significativas nos demais parâmetros bioquímicos avaliados. Em conclusão, a suplementação com uma castanha-do-Brasil por dia durante três meses não promoveu alterações na toxina TMAO produzida pela microbiota intestinal. |