Onde diz - padrões de uso no português arcaico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Ianaê de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11081
Resumo: Este trabalho volta-se à análise qualitativa de onde diz, expressão encontrada hodiernamente apenas em sentido espacial, mas que, há alguns séculos, cumpriu trajetória espacial>textual. Onde diz, em função textual, é encontrado de modo recorrente em textos portugueses específicos do período arcaico da nossa língua, textos esses formadores do nosso corpus. Esse estudo é justificado pelo volume considerável de onde diz entre os séculos XIV-XV, em contraponto com a falta de notícias em fontes de sincronias mais recentes da língua. Essa expressão compõe contexto argumentativo de molde discurso1 + onde diz [SN] + discurso2, sua função é identificar fonte indireta de informação. Parte-se do pressuposto que certo modo específico de dizer fez com que a expressão onde diz, de base locativa, cumprisse trajetória rumo à mudança linguística, para atuar como mecanismo de persuasão e instrumento de evidencialidade. Nas análises, são observadas pressões de subjetividade e inferência sugerida (Traugott; Dasher, 2005), gramaticalização de evidenciais (Ainkhenvald, 2006; Barnes, 1984) e Tradições Discursivas (Kabatek, 2004). O objetivo geral dessa pesquisa de cunho funcionalista (Traugott; Dasher, 2005; Hopper, 1991; Cunha; Oliveira; Martelotta, 2003) é investigar as realizações do onde diz. Os objetivos específicos são: (a) analisar qualitativamente, conforme a abordagem funcionalista, se a trajetória de abstratização de onde diz pode ser fruto de tendências sócio-comunicativa-cognitivas utilizadas por certa Tradição Discursiva; (b) verificar o grau de gramaticalidade do onde diz; (c) confirmar, ou não, a tendência à gramaticalização de evidenciais (Ainkhenvald, 2006; Barnes, 1984)