Investigação da epidemiologia da hepatite A em Campos dos Goytacazes antes da implantação da vacinação neste município

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Kury, Charbell Miguel Haddad
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6301
Resumo: O Brasil é considerado atualmente um país de endemicidade intermediária para o vírus da hepatite A (HAV). A prevalência da infecção pelo HAV vem diminuindo em várias regiões brasileiras, fato este que tem acarretado um aumento no número de indivíduos suscetíveis com risco de infecção. A introdução da vacinação contra hepatite A neste perfil epidemiológico seria de grande importância. Campos dos Goytacazes é o único município do Brasil que implementou a vacinação contra hepatite A, a partir do ano de 2011, para todas as crianças com idade inferior a dois anos em seu programa de vacinação pública. O objetivo deste estudo é o de avaliar o perfil epidemiológico da hepatite A pela pesquisa de anticorpos para o HAV em escolares e correlacionar a soropositividade com fatores de risco de infecção pelo vírus. De agosto de 2011 a julho de 2012, indivíduos com idade inferior a 19 anos foram selecionados aleatoriamente em escolas de todos os 14 distritos deste município. O cálculo do tamanho da amostra se baseou em uma prevalência estimada do HAV de 40%, uma taxa de precisão de 5% e um nível de confiança superior a 99%. Após consentimento formal, amostras de sangue capilar em papel de filtro (dried blood spot - DBS), foram obtidas para pesquisa de anticorpos anti-HAV por ensaio imunoenzimático ELISA, com uso de kit comercial. Cada participante ou tutor legal foi submetido a entrevista por meio de questionário padronizado. Os programas EpiData® versão 3.1 e R archive network® foram utilizados para análise univariada e multivariada dos dados. A análise de 585 crianças e 377 adolescentes demonstrou uma prevalência total de anti-HAV de 20,6%, sendo que 94,1% das crianças abaixo de 5 anos foram soronegativas. A análise univariada demonstrou correlação estatisticamente significante entre a soropositividade e os seguintes fatores de risco: idade, cor da pele negra e mulata, contato com água de enchente, uso de água mineral em relação à agua de bica, número de pessoas moradoras da casa maior que 5, nível educacional da mãe e pai, além de banho de rio, lagoa e brejo. Não houve diferença estatística em gênero, tipo de dispositivo de esgoto, salário do grupamento familiar e tipo de distrito de moradia do indivíduo, entre outros. A análise multivariada demonstrou correlação estatisticamente significante para idade, cor da pele não branca, nível educacional da mãe e número de moradores na casa. Os resultados deste estudo suportam a decisão do município de Campos de vacinar crianças contra hepatite A antes do início da atividade escolar, bem como corroboram com dados de outros estudos de soroprevalência brasileiros que mostram que uma grande proporção de crianças menores de cinco anos de idade estão suscetíveis à infecção pelo HAV.