Uma prática em devir: ressignificando o ensino de literatura em turmas de ensino médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barbosa, Daniela Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10087
Resumo: A questão da subjetividade pensada por Deleuze - não como interioridade do indivíduo, mas como algo produzido na relação com o outro, pelo afeto e em constante devir - torna-se fecunda para refletir sobre o ensino de literatura, fazendo, inclusive, surgir as seguintes questões: Que tipo de subjetividade o ensino de literatura vem ajudando a produzir? Que desdobramentos poderiam ocorrer nas aulas de literatura se considerada a ausência do sujeito a-singular, universal como fundamento e levando em consideração a filosofia da imanência e da multiplicidade de Deleuze? Dito isso, a tese tem como objetivo geral realizar o cruzamento entre o ensino de literatura e o plano de pensamento de Deleuze. Um cruzamento que se daria por meio de um processo de criação pedagógica a partir de duas turmas de terceira série de Ensino Médio de escolas públicas, de modo a refletir sobre a perspectiva da imanência, do devir, da produção da subjetividade e da multiplicidade, contribuindo para o processo de ressignificação da minha prática, por meio de uma pesquisa-ação. Nesse processo para alcançar tal objetivo, além de confrontar a teoria deleuziana com o campo do ensino de literatura, foram criadas condições para que dois grupos de discentes das duas escolas investigadas refletissem sobre os processos de subjetivação que vinham sendo (re)produzidos no cotidiano escolar, principalmente, nas aulas de literatura. Os discursos de alguns alunos sobre a ocupação estudantil ocorrida em 2016, da qual participaram ativamente, fizeram com que a perspectiva de análise fosse ampliada, passando a interessar para a pesquisa também pensar a subjetividade produzida naquele período, o modo como se relacionavam e experimentavam a literatura. A partir da pesquisa-ação, alguns resultados foram apontados, entre eles: 1) Proporcionar modos de ler menos controlados; 2) Romper com a hierarquização dos conteúdos e de leituras; 3) Considerar para as aulas de literatura a inclusão de experimentos de leitura e escrita literárias, por meio da inserção de práticas que envolvam a expansão da concepção do literário, com incursão em diferentes linguagens artísticas, a performatização do texto e oficinas literárias. Os resultados serviram de base para a intervenção pedagógica realizada na última etapa do processo. Nesse trajeto de pesquisa o meu referencial teórico se apoiou nas obras de Deleuze escritas individualmente ou em parceria com Guattari e com Parnet, bem como nas obras de Foucault, Bakhtin, Guattari e Rolnik. A tese se justifica por encontrar nos questionamentos aqui realizados e na proposta desenvolvida, uma possibilidade a mais para outros docentes experimentarem situações singulares de trabalho de modo que as obras, de fato, aconteçam para os alunos