Estudo estereológico e ultraestrutural da matriz extracelular e do músculo liso dos clitóris de cadáveres de diferentes faixas etárias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pires, Lucas Alves Sarmento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28487
http://dx.doi.org/10.22409/ppgcm.2022.d.05932144718
Resumo: O clitóris é um dos órgãos do aparelho genital feminino que proporciona prazer durante o ato sexual. Ao receber destaque recentemente, o clitóris virou objeto de estudo devido a um aumento em cirurgias de reparo e cirurgias de mudança de sexo, além de sua importância no ato sexual. Apesar disso, existe escassez na literatura a respeito de seus aspectos morfológicos no que tange a matriz extracelular do órgão. Objetivo. Avaliar as diferenças causadas pela idade nos elementos fibrosos da matriz extracelular e músculo liso do clitóris de cadáveres através da estereologia e microscopia eletrônica de varredura. Métodos. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense. Fragmentos do clitóris de cadáveres de mulheres jovens e idosas foram coletados e divididos em dois grupos: G1, composto por mulheres entre 20 e 39 anos e G2, composto por mulheres acima de 60 anos. Para a análise morfológica qualiquantitativa (histológica e estereológica) os fragmentos foram fixados em formol 10% tamponado e submetidos a processamento histológico de rotina. As lâminas foram coradas com hematoxilina-eosina, tricrômio de Masson e resorcina-fucsina de Weigert com prévia oxidação. A análise estereológica foi realizada através de contagem manual dos pontos utilizando o sistema-teste M42 para calcular a densidade volumétrica de colágeno, fibras do sistema elástico e músculo liso. Os resultados estereólogicos foram expressos através de média e desvio padrão (±) e determinados através de 25 campos histológicos aleatórios para cada fragmento de cada clitóris nos grupos. Os dados foram submetidos ao teste estatístico t de Student não pareado e um valor de p menor que 0,05 foi considerado significativo para todas as análises estatísticas. Para análise qualitativa de microscopia eletrônica de varredura, os fragmentos do clitóris foram submetidos ao processo de digestão celular e metalização e levados para análise no microscópio eletrônico de varredura, com o propósito de observar o arranjo da matriz extracelular. Resultados. A densidade volumétrica de colágeno no G1 foi de 24,28 ± 9,78 e de 46,26 ± 10,89 no G2, sendo um aumento estatisticamente significativo. A densidade volumétrica de músculo liso foi de 41,04 ± 11,20 e 37,13 ± 9,07 para o G1 e G2, respectivamente – uma redução estatisticamente significativa. Em relação às fibras elásticas, observou-se uma média de 36,56 ± 11,42 para o G1 e 29,75 ± 4,17 para o G2, uma ligeira redução, mas sem significância estatística. A microscopia eletrônica de varredura evidenciou um arranjo do estroma mais desorganizado nas amostras do G2 em relação ao G1. Conclusão. O presente estudo observou mudanças significativas na matriz extracelular do clitóris causadas pelo envelhecimento. Sugere-se que essas alterações na matriz extracelular podem impactar negativamente a função erétil do clitóris.