Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Campos, Cristiane Cardoso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/29323
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Resumo: |
A TV Globo, frequentemente, é acusada de racismo por sua própria audiência especialmente pela composição de personagens negros estereotipados (ARAÚJO, 2004; HALL, 2016), como aconteceu com a série “Sexo e as Negas” (2012). Esta tese faz uma análise da teledramaturgia da TV Globo, tendo em perspectiva as questões raciais existentes na sociedade brasileira apresentadas nas marcas de representação racial: 1) nas obras teledramatúrgicas produzidas pela TV Globo e 2) por meio da representação problemática de mulheres negras enquanto resultado de bastidores controversos justificados através da desvalorização de atos racistas da emissora. Como exemplo basilar, analiso as personagens negras pertencentes ao núcleo principal de algumas produções e a diversidade de gênero e raça de seus criativos (autores, roteiristas e diretores) como pontos centrais das controvérsias raciais de algumas obras e ponto central da necessidade de aplicação de estratégias de desvalorização de atos racistas na emissora. A partir disso, a tese pretende comprovar que a repetição constante de episódios de acusação de racismo pela audiência são, de fato, reflexos da falta de diversidade racial e de gênero nos núcleos criativos causados pela atuação do racismo estrutural (ALMEIDA, 2018; BENTO 2022), atravessando a instituição TV Globo. Como aporte teórico, considero que representação, estereótipos e codificação (HALL, 2008, 2016) como ponto de partida, as marcas de representação e estereótipos do negro na teledramaturgia brasileira (ARAÚJO, 2004; XAVIER, 2007). As análises foram desenvolvidas a partir de conceitos como identidade cultural (HALL, 2002), empoderamento (BERTH, 2018; COLLINS, 2000) e interseccionalidade (CRENSHAW, 2004; AKOTIRENE, 2019), todos sob a égide do feminismo negro (DAVIS, 2017; HOOKS, 2019; RIBEIRO, 2016). Além disso, a pesquisa traz para a discussão, a partir do conceito da psicologia social, as estratégias de desengajamento moral (BANDURA, 2002) e o tokenismo (FERREIRA, 2021) e o diversitywhashing (CARRERA; TORQUATO, 2020) da publicidade, a proposta de conceito (ou a interpretação do conceito) de “desvalorização de atos racistas”, em uma tentativa de nomear e esquematizar uma prática comum de “autodefesa” em casos de acusações de racismo tanto em relação a indivíduos quanto em relação a grandes corporações como a TV Globo. Ainda debruçada sobre a empresa e, mais especificamente, nas suas produções de teledramaturgia, este estudo aprofunda as interrelações entre racismo institucional (ALMEIDA, 2018; BENTO, 2022), representatividade (CHINEN, 2013) e o circuito da cultura (DU GAY et alli, 1997; HALL, 2016) considerando a teledramaturgia da emissora. A análise de conteúdo (BAUDIN, 1977) é um pilar importante no desenvolvimento de toda a pesquisa, especialmente por se tratar de um material relativamente vasto. Ao mesmo tempo, a pesquisa visa a impregnar tanto a fase de exploração de material quanto a fase de tratamento de resultado com os conceitos que envolvem a estereotipização da mulher negra enquanto personagem principal e/ou integrante dos núcleos principais das obras. Esses dados foram observados sob o prisma racial, evidenciando, finalmente, algumas obras do século XXI com destaque para as que apresentam mulheres negras como protagonistas e/ou integrantes do núcleo principal. Estabeleci, a partir da análise de conteúdo, categorias que possam contribuir para a validação da responsabilidade da TV Globo enquanto importante produtora de estereótipos de raça no Brasil, sejam eles positivos ou não. |