Efeito do consumo de um mix de frutas secas e oleaginosas e de chocolate amargo (70% cacau) na modulação do craving em tabagistas em tratamento para abstinência

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Gomes, Arthur da Silva
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Síndrome da retirada da substância; Comportamento de dependência; Dependência de substâncias psicoativas; Alimentos; Tabagismo; Fumantes; Abandono do uso de tabaco; Abandono do hábito de fumar; Dispositivos para o abandono do uso de tabaco; Alimentos, dieta e nutrição; Dieta; Substance withdrawal syndrome; Dependence behavior; Psychoactive; Substances dependence; Food; Smoking
• Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13081; http://dx.doi.org/10.22409/PPGFF.2020.d.08917110665

Introdução: O tabagismo compõe um grupo de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso da nicotina. Atualmente não existem estudos na literatura que avaliam a influência do consumo de determinados alimentos na modulação do craving em tabagistas no período de cessação tabágica breve. Objetivo: Analisar o craving de tabagistas submetidos a duas abordagens nutricionais distintas, no início e após 4 semanas para cessação tabágica breve. Métodos: Estudo de intervenção clínica, realizado com amostra não probabilística (n=48), no qual foram avaliados os voluntários do grupo de abordagem ao fumante do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia (NIEPEN) na cidade de Juiz de Fora – MG. A intervenção consistiu na formação de três grupos distintos, randomizados aleatoriamente, sendo: Grupo 1 (G1), com pacientes recebendo 40g/chocolate contendo 70% de cacau por dia. Grupo 2, (G2) com pacientes recebendo 30g do mix de frutas secas e oleaginosas por dia, contendo damasco seco, uvas passas, maçã desidratada, castanha de caju, castanha do Pará, e amêndoas. Ambos os alimentos foram consumidos por quatro semanas consecutivas. Grupo 3 (G3), grupo controle, recebendo apenas a intervenção de cessação tabágica também por quatro semanas em paralelo com os demais grupos. Semanalmente, o craving foi analisado pelo Questionnaire of Smoking Urges-Brief (QSU-Brief), versão Brasil. Resultados: Após a realização do ensaio clínico de quatro semanas, o G1 apresentou redução do craving avaliado pelo QSU-Brief e seus Fatores 1 e 2. Total QSU-Brief: 44,27±15,82 x 27,00±18,03 (p=0,008); Fator 1: 21,90±7,70 x 12,90±8,87 (p=0,006); Fator 2: 11,90±6,30 x 7,00±6,63 (0,007). O G2, apresentou redução do Fator 1: 12,63±4,50 x 7,90 x 6,60 (p=0,002). O G3, apresentou redução do total do QSU-Brief e Fator 1. Total QSU-Brief 28,17±17,24 x 19,52±9,50 (p=0,049); Fator 1: 14,47±8,74 x 9,23±6,11 (p=0,046). Os níveis séricos de serotonina, cortisol, leptina, insulina e Proteína C Reativa (PCR), antes e após o ensaio clínico não demonstraram diferenças significativas (p>0,05). Conclusão: Este trabalho forneceu evidências de como a aplicação de abordagens clínicas e nutricionais complementares, podem auxiliar na redução do craving, auxiliando no processo de cessação tabágica e na manutenção da abstinência, numa população onde parar de fumar é mandatório e equivale à clara e bem documentada redução de morbimortalidade