Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Laís de Paula |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/32386
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Resumo: |
Essa pesquisa forja caminhos que nos levam a pensar natureza cultura desde a insurreição micropolítica, a instauração cosmopolítica, a noção de comum e a decolonização da nossa imaginação conceitual e do nosso inconsciente. Na busca reiterada de três sustentáculos - um tônus atencional, a cartografia enquanto política cognitiva corporificada e as convocações ao presente e ao acontecimento -, esta tese esboça enunciados a respeito das questões ambientais e do Antropoceno, colocando-os sob suspeita e abrindo brechas para pensarmos uma quase-educação-ambiental que nasce por entre as ruínas de uma política da aceleração e do desencantamento. Nesta direção, a incursão em estudos decoloniais e multiespécies possibilitam-nos regar e adubar formas heterogêneas de relação com o mundo e seu caráter contingente, o que nos aproxima de uma ética aberta à co-criação de mundos. Assim, tomamos as cosmopráxis e as poéticas públicas de encantamento tecidas no contexto do Programa Cultura Viva e da Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais (RNPCMR) e pensamos a diversidade cultural doravante a margem do debate em torno de outras formas de envolvimento e radicalização de uma cosmopolítica nos pontos de cultura, de modo a fazer sobrevir o comum, a articulação em redes e o Bem Viver. A partir de algumas fabulações entrecruzadas com histórias contadas nas rodas de conversa Como é ser um Ponto de Cultura Rural: Comunidade e territórios afetivos, realizadas virtualmente em março de 2021 pelo Sobrado Cultural Rural, localizado no distrito de Barra Alegre, Bom Jardim (RJ), perscruto a mudança da cultura política de modo a ativar conexões e composições - às vezes impensadas -, bem como diferenças e comparações na relação com as palavras humanas e não-humanas. Compomos, portanto, um caminho metodológico que fabula um povo por vir a partir da força fabulosa dos corpos, da racionalidade corpórea e das alianças afetivas multiespécies que sobrevêm entre-falas. Defendemos que a rede e o seu movimento rizomático de articulação tem contribuído para a consolidação de uma Cosmopolítica e para a construção de uma rede multiespécies autônoma e democrática. Essa movimentação é, também, uma experimentação de uma quase-educação-ambiental que levanta questões sobre o feitio das nossas ativações, dos nossos afetos, das buscas por um comum e das relações multiespécies tecidas nesses territórios. O ato de fabular, criar e inventar paisagens nestes territórios subverte discursos dados a respeito do que vem a ser cultura, natureza e as relações que daí emergem. Ambicionamos, assim, ir de encontro às socialidades mais que humanas que têm sido produzidas nas paisagens co-criadas pela rede, com ou apesar de intenções humanas, e evocar uma certa radicalidade que engendre alianças afetivas multiespécies. |