Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Souza, Felipe Costa de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/12500
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Resumo: |
O conhecimento dos parâmetros farmacocinéticos (PK) dos fármacos em diferentes pacientes é essencial para o estabelecimento de regimes terapêuticos seguros. A digoxina aumenta a contratilidade do miocárdio e é indicada para pacientes com insuficiência cardíaca (IC) com disfunção sistólica, associada à alta frequência ventricular observada na fibrilação atrial. Ela apresenta janela terapêutica estreita e é descrito na literatura que a intoxicação digitálica pode ocorrer devido a interações medicamentosas ou a comorbidades. O presente estudo foi dividido em duas fases (Aprovação do Comitê de Ética do INC: 0306/07-12-10). O objetivo da primeira fase foi determinar o perfil de pacientes usuários de digoxina com maior risco de intoxicação digitálica. Na segunda fase do estudo o objetivo foi observar a influência de diferentes fatores de risco sobre a farmacocinética da digoxina: associações terapêuticas (carvedilol e omeprazol) e comorbidades (insuficiência renal). Uma análise retrospectiva dos dados de 647 pacientes internados na enfermaria de insuficiência cardíaca/transplante do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) entre 2009 e 2010 foi realizada, por meio da análise dos prontuários dos indivíduos que receberam digoxina por via oral, incluindo os respectivos valores de concentração plasmática (Cp). Dentre os pacientes internados na enfermaria durante este período, 194 usaram digoxina. No entanto, foi possível ter acesso a dados detalhados de apenas 185 indivíduos. A Cp do digitálico foi medida em 80 pacientes, apresentando-se fora da janela terapêutica em 42 indivíduos. De acordo com os dados obtidos, o perfil dos pacientes associados à Cp de digoxina fora da janela terapêutica inclui indivíduos do sexo masculino (79%), classe funcional (NYHA) III da IC (65%), apresentando insuficiência renal (33%). Uma vez estabelecido o perfil dos pacientes relacionados a um maior risco de intoxicação digitálica, os pacientes em uso de digoxina, do sexo masculino em CF III da IC e com idade entre 21 e 60 anos foram incluídos no estudo após a assinatura de termo de consentimento informado. Indivíduos usando digoxina 0,125-0,250mg foram agrupados de acordo com comorbidades e associações terapêuticas. Amostras de sangue foram coletadas em 6 pontos diferentes ao longo de 24 horas após a administração oral de digoxina. A medida da Cp do digitálico foi realizada utilizando o método de imuno-quimioluminescência. Os dados foram apresentados como média e erro padrão da média. Foi possível alocar pacientes com diferentes doses de digoxina no mesmo estrato, porque não houve diferença significativa na PK do digitálico devido à dose. Foi observada diferença estatística na Cp da digoxina 24 h após administração e no parâmetro CL/F entre os pacientes em uso concomitante de carvedilol (AUC0-24 = 26,68 ± 3,31 ng.h/mL, Cmax = 1,40 ± 0,12 ng/mL, Tmax = 2,00 0,55 h; CL/F = 0,074 * 0,019 L/h/Kg) comparados com aqueles que não usaram (AUC0-24 = 17,60 2,09 ng.h/mL, Cmax = 1,05 0,074 ng/mL, Tmax = 3,67 2,19 h; CL/F = 0,237 * 0,071 L/h/Kg). Não houve diferença estatística entre os grupos de pacientes por ocasião da associação com omeprazol (sem associação: AUC0-24 = 25,52 ± 2,87 ng.h/mL, Cmax = 1,38 ± 0,15 ng/mL, Tmax = 2,83 0,92 h; CL/F = 0,11 0,03 L/h/Kg versus com associação: AUC0-24 = 21,47 3,23 ng.h/mL, Cmax = 1,25 0,17 ng/mL, Tmax = 1,67 0,21 h; CL/F = 0,14 0,03 L/h/Kg) nem entre os pacientes com (AUC0-24 = 23,55 3,99 ng.h/mL, Cmax = 1,32 0,20 ng/mL, Tmax = 2,32 0,98 h; CL/F = 0,139 0,035 L/h/Kg) e sem insuficiência renal (AUC0-24 = 28,83 4,57 ng.h/mL, Cmax = 1,63 0,41 ng/mL, Tmax = 1,00 0 h; CL/F = 0.088 0,026 L/h/Kg) no que tange à PK da digoxina. De acordo com nossos dados, é possível afirmar que apenas o carvedilol afetou a farmacocinética da digoxina. A despeito dos resultados obtidos com o beta bloqueador, este trabalho sugere que a influência das comorbidades e interações medicamentosas sobre a farmacocinética da digoxina parece ser melhor estimada através de modelos matemáticos desenvolvidos a partir de estudos farmacocinéticos experimentais |