Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Campos, Maria Luisa Arantes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/28982
|
Resumo: |
introdução: A Digoxina (DIGO) é um dos principais representantes dos glicosídeoss cardiotônicos, sendo um digitálico derivado da planta Digitalis purpurea também conhecida como dedaleira. É uma droga com grande relevância histórica sendo um dos tratamentos de insuficiência cardíaca crônica mais utilizados, apresentando uma afinidade específica à sódio potássio adenosina trifosfatase (Na+/K+-ATPase), inibindo a sua atividade. Essa inibição leva ao aumento do sódio intracelular e o consequente aumento do número de íons cálcio na célula, resultando em maior força de contratilidade do músculo cardíaco. Além dos efeitos já bem elucidados no sistema cardiovascular, a Digoxina apresenta efeitos no sistema imunológico, sendo demonstrada a supressão do perfil inflamatório de resposta Th17. Muitas publicações discutem os efeitos da Digoxina na resposta inflamatória, porém poucas são as que descrevem o seu papel na imunorregulação, sobretudo dos linfócitos B. Torna-se relevante ampliar os conhecimentos acerca dos efeitos da Digoxina no sistema imunológico, uma vez que não há trabalhos publicados até o momento que demonstre o impacto do fármaco na regulação dos linfócitos B, as principais células responsáveis pela resposta adaptativa humoral. Hipótese: Nossa hipótese é de que a Digoxina modula os linfócitos B alterando-os numericamente e, consequentemente, modulando a secreção de anticorpos e a resposta humoral. Objetivo geral: Determinar os efeitos da Digoxina in vivo e in vitro na homeostase dos linfócitos B em órgãos linfoides centrais e periféricos em camundongos Balb/c. Material e métodos: Camundongos Balb/c fêmeas (4-16 semanas) foram injetados por três dias consecutivos intraperitonealmente com 0,3125 mg/Kg (equivalente à dose utilizada na clínica) de Digoxina elixir ou somente com meio RPMI (grupo controle). Vinte quatro horas após a última injeção, foram eutanasiados para a retirada do baço, linfonodos mesentéricos, medula óssea e lavado peritoneal. As células obtidas foram marcadas com os anticorpos monoclonais e adquiridas em citômetro de fluxo ACCURI. A viabilidade celular foi medida pela contagem das células com azul de Trypan e confirmada com a marcação com Anexina V. A avaliação da proliferação in vitro dos linfócitos B foi feita através da marcação com CFDA/SE e leitura em citômetro de fluxo. A ativação dos linfócitos B foi avaliada in vitro após estimulação das células com LPS na presença ou ausência da Digoxina e posterior avaliação dos marcadores de ativação. Para dosagem da secreção das imunoglobulinas foi realizado o ensaio imunoenzimático com o soro dos animais tratados previamente in vivo com Digoxina. Resultados: Os resultados mostraram que o tratamento com a Digoxina utilizada na dose clínica aumenta o número absoluto de células totais no baço, especialmente os linfócitos B e esta alteração não pode ser explicada por um aumento na proliferação, viabilidade, estado de ativação ou aumento da produção dessas células na medula óssea. O tratamento com a Digoxina também foi capaz de aumentar em percentual e em número absoluto os linfócitos B no linfonodo mesentérico, linfonodo drenante do sítio de tratamento. A Digoxina quando administrada in vivo também foi capaz de promover um aumento nos níveis sérios de imunoglobulinas M e G totais, levando a uma modulação da resposta humoral nesses animais. Na cavidade peritoneal, sítio da injeção, foi observada uma diminuição dos linfócitos B1a. Conclusão: A Digoxina é capaz de modular as populações de linfócitos B em diferentes órgãos e promover uma melhora da resposta humoral. |