Emulsões pediátricas de artesunato associado com cloridrato de mefloquina no tratamento da malária: desenvolvimento e estudo de estabilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ventura, Marcielle Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3350
Resumo: A malária é uma doença tropical muito importante em saúde pública devido às altas taxas de morbidade e mortalidade no mundo. Essa doença ocorre principalmente nas regiões africanas, sudeste Asiático e Mediterrâneo oriental. No Brasil, a malária é predominante na região amazônica. Essa doença se manifesta nas formas mais graves principalmente em crianças menores de 5 anos. De forma semelhante, no Brasil, a maior prevalência da doença ocorre em crianças na faixa etária de 0 a 14 anos. A terapêutica antimalárica em crianças tem uma prática difícil, pois não existem apresentações farmacêuticas dos fármacos recomendados em dosagens flexíveis por via oral. O Guia de tratamento da malária no Brasil (2010) preconiza que a terapia de Malária falciparum em crianças de 06 a 11 meses de idade seja com comprimidos de artesunato/cloridrato de mefloquina (AS/MQ) 25/55 mg durante 3 dias. Nessa faixa etária, formas farmacêuticas líquidas são as mais adequadas para serem utilizadas em pediatria devido à dificuldade desses pacientes em deglutir comprimidos e cápsulas, além dessas preparações apresentarem maior flexibilidade no ajuste da dose e são mais fáceis de administrar. O presente trabalho realizou o desenvolvimento farmacotécnico e estudo de estabilidade de uma formulação de emulsão a/o a partir de comprimidos de AS/MQ 25/55mg, através de transformação de forma farmacêutica (TFF), a ser manipulada em ambiente hospitalar. Para atender as condições necessárias para estabilidade de AS e mascaramento do sabor desagradável da MQ foi necessário o desenvolvimento de um veículo que pudesse receber os comprimidos de AS e MQ na forma de uma emulsão a/o. O veículo obtido teve como restrição técnica à utilização de substâncias que, nas concentrações utilizadas, não apresentassem efeitos tóxicos a pacientes pediátricos. O veículo emulsionado obtido apresenta em sua formulação sílica coloidal, óleo de girassol, sacarina, butil hidroxi tilueno (BHT), span 80 e água destilada apresentando o aspecto, homogeneidade e consistência que permite a administração oral em copos dosadores ou seringas. O estudo de estabilidade físico do veículo emulsionado indicou que ele permaneceu estável por 30 dias quando armazenado a temperatura de 4ºC (± 2). No estudo analítico requerido para este trabalho, foi desenvolvida e validada a metodologia cromatográfica que permite a identificação e quantificação concomitante de AS e MQ. A metodologia cromatográfica desenvolvida apresenta todos os critérios necessários para o método válido aplicado em CLAE e demonstrou que pode ser utilizado nas duas formas farmacêuticas testadas, comprimidos e emulsão. A emulsão medicamentosa foi preparada pela incorporação dos comprimidos pulverizados ao veículo emulsionado, sem a adição de adjuvantes técnicos, obtendo-se uma emulsão medicamentosa de AS/MQ a 25/55mg por 3mL. Essa emulsão medicamentosa, durante o estudo de estabilidade, demonstrou que as características físicas estudadas são mantidas durante o período de 3 dias, tempo de tratamento da malária em crianças de 06 a 11 meses com estes fármacos preconizado pelo Ministério da Saúde do Brasil e apresenta condições de manter a estabilidade química tanto do AS quanto do MQ. Para tanto, a emulsão medicamentosa de AS/MQ a 25/55mg por 3mL desenvolvida neste trabalho deve ser mantida a temperatura entre 4 e 25 ºC