Estudo das infecções causadas por Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) e produtoras de Leucocidina Panton-Valentine em modelo experimental de sepse e formação de biofilme em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santana, Giorgio Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9529
Resumo: Introdução: Staphylococcus aureus é considerado o agente infeccioso mais comum, causando lesões purulentas e abcessos. Cepas resistentes a meticilina associadas à comunidade produtoras de Leucocidina Panton-Valentine são mais invasivas e estão clinicamente associadas a abscessos de pele, infecção em tecidos moles, pneumonia necrosante com propensão a causar bacteremia evoluindo para sepse, suas sequelas são mais graves que as causadas por Staphylococcus aureus resistente a meticilina associado ao ambiente hospitalar. O emprego de técnicas invasivas como cateter intravascular em pacientes imunossuprimidos tem contribuído para o aumento de pacientes sépticos com alta mortalidade. A formação de biofilme é um fator determinante no desenvolvimento de doenças crônicas, inicialmente pela colonização de microrganismos em equipamentos médicos como cateteres, o mesmo pode causar bacteremia e colonizar outros tecidos e órgãos, levando o paciente a sepse. Objetivo: identificar infecções causadas por Staphylococcus aureus resistente à meticilina utilizando modelos experimentais de sepse e formação de biofilme em implante de cateter subcutâneo em camundongos. Material e métodos: foram utilizados 50 camundongos Swiss, 25 animais destinados ao experimento de sepse e 25 animais destinados ao experimento de biofilme, divididos em cinco grupos, com cinco animais em cada, inoculados com 50 μL de solução bacteriana na concentração 107 UFC/mL, grupo um inoculado com solução salina estéril, grupo dois inoculado com cepa sensível a meticilina pvl (-), grupo três com cepa sensível a meticilina pvl (+), grupo quatro com cepa resistente a meticilina pvl (+) e grupo cinco com cepa USA300 tipo selvagem, através da veia lateral da cauda. Após 96 horas foram eutanasiados para extração dos órgãos: coração, baço, rim e pulmões e análise macroscópica, com posterior secção, metade dos órgãos foi destinada a identificação da colonização tecidual e a outra destinada à análise histopatológica. Para o experimento de biofilme, foi inserido um fragmento de cateter no dorso através de uma incisão subcutânea, com posterior inoculação intradérmica distante um centímetro do local de inserção do fragmento de cateter. Após 96 horas os cateteres foram explantados e analisados macroscopicamente e avaliada a colonização através da cultura quantitativa. Um fragmento de tecido dorsal que revestia o cateter foi extraído de cada animal e destinado à análise histopatológica. Resultados: quanto ao experimento de sepse, a macroscopia dos órgãos mostrou alterações importantes na coloração e volume, tendo correspondência direta entre a intensidade das alterações observadas com a agressividade da cepa inoculada. Os resultados observados na histopatologia corroboraram com os achados na macroscopia, onde foram observadas infecções com diferentes intensidades em todos os órgãos analisados. No experimento de biofilme foi constatada colonização do cateter pela presença de película na superfície, confirmada pela cultura quantitativa. Ao analisarmos a histopatologia do tecido dorsal foram observados processos patológicos de grande importância. Conclusão: as infecções mais comuns causadas por Staphylococcus aureus resistente a meticilina em modelo experimental de sepse em camundongos são as de tecidos moles, ao penetrar na corrente sanguínea o S. aureus causou bacteremia e colonizou importantes órgãos, causando disfunção e morte. Além disto, cepas CA-MRSA podem aderir a cateter e formar biofilme, através do qual podem causar lesões graves em pele e bacteremia