Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Hubert, Dalby Dienstbach |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/3689
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Resumo: |
Estudos que, ancorados em uma abordagem conceptual (cf. LAKOFF; JOHNSON, 2002 [1980]; LAKOFF, 1993), se ocupam das possíveis relações entre a natureza das metáforas e dos gêneros discursivos são relativamente recentes (cf., por exemplo, ESPÍNDOLA, 2010; STEEN et al., 2010; BERBER SARDINHA, 2011; SEMINO, 2011) e compõem um acervo pouco expressivo em comparação com o estado atual dos campos que tratam desses dois conceitos individualmente. Porém, uma observação mais cuidadosa desses fenômenos aponta para a hipótese de que a relação entre eles pode ser, de fato, sistemática e resultar, inclusive, em determinação mútua. Nessa perspectiva, este trabalho assume o objetivo de explorar essa hipótese, descrevendo e analisando as possíveis relações que poderiam, de alguma forma, se estabelecer entre os gêneros e algo pertinente à natureza da linguagem metafórica – traduzido, nesse caso, na noção de metaforicidade. Para tanto, ele se propõe a (i) investigar diferentes subsídios teóricos que se debruçam sobre os conceitos de gênero, metáfora e, principalmente, metaforicidade; (ii) estabelecer possíveis relações mutuamente determinantes entre a metaforicidade da linguagem metafórica e os tipos de discurso em que ocorre, com base no que se descobre acerca da natureza desses fenômenos; (iii) levantar e analisar dados reais em corpora pertinentes a gêneros diferentes, através da identificação de metáforas nos textos e da interpretação da sua metaforicidade em função de aspectos que caracterizam os seus gêneros; e, enfim, (iv) propor, a partir da exploração teórica feita e das evidências empíricas obtidas, explicações para as relações enunciadas na hipótese central deste trabalho. No que se refere à noção de gênero, particularmente, esta discussão se ancora em estudos de base sociocognitiva desse fenômeno (cf., por exemplo, FILLMORE, 1982; PAPLTRIDGE, 1997; BHATIA, 2004; STEEN, 2011a; VAN DIJK, 2014). Para a noção de metaforicidade, ela se ancora em visões cognitivas (cf. LAKOFF; JOHNSON, ibid.; LAKOFF, ibid.) e cognitivo-discursivas da metáfora (cf., principalmente, GOATLY, 1997; DEIGNAN, 2005; MÜLLER, 2008; STEEN, 2007; VEREZA, 2010a). A investigação referente aos primeiros objetivos deste trabalho mostra que a natureza dos gêneros e a determinação da metaforicidade compartilham diversos aspectos em níveis tanto cognitivo quanto social do uso da linguagem. A descrição e a análise das relações entre esses dois fenômenos revelam que o funcionamento de ambos no discurso, de fato, possuem implicações mútuas. Por um lado, identificam-se indícios de que a metaforicidade da lingua-gem metafórica teria alguma participação na formação do frame dos tipos de discurso em que ocorre e, por isso mesmo, na sua caracterização. Por outro lado, observa-se que o frame de certos gêneros pode intervir, em alguma medida e de alguma forma, na possibilidade de reconhecimento das metáforas presentes nos respectivos textos. A análise da metaforicidade em corpora, por sua vez, lança luz sobre que aspectos dos gêneros discursivos estariam por trás dessas relações. Sendo assim, as explicações que emergem tanto da discussão teórica quanto do levantamento empírico, conduzidos ao longo deste trabalho, embasam a plausibili-dade das relações aqui estabelecidas. O presente estudo oferece, portanto, dados significativos para uma descrição e uma análise mais acuradas dos dois fenômenos abordados, ressaltando, ainda, a importância de se considerar de que maneira os conhecimentos a respeito dos gêneros podem contribuir para um entendimento amplo da natureza e do funcionamento – social e cognitivo – das metáforas e vice versa |