A significação da dor crônica e a interface entre qualidade de vida, ansiedade, depressão e pensamento catastrófico: o desafio do programa integrador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Antunes, Juliane de Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25050
Resumo: A condição de dor tem sido considerada, na atualidade, um dos grandes e desafiadores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo. Não envolve apenas a dimensão física, mas a experiência perceptual complexa que engloba todos os domínios da vida, a qual poderá ser explicada por um modelo biopsicossocial. O objeto deste estudo é o viver com dor crônica e as repercussões do Programa Integrador como estratégia interprofissional para se trabalhar a qualidade de vida, a ansiedade, a depressão e os pensamentos catastróficos e, como questões de pesquisa: Quais as repercussões do viver com dor crônica na qualidade de vida, ansiedade, depressão e pensamentos catastróficos? Quais as implicações do Programa Integrador no viver com dor crônica? Tendo como objetivo geral: Avaliar o viver com dor crônica em pacientes acompanhados no Programa Integrador e seu impacto frente a qualidade de vida, ansiedade, depressão e pensamentos catastróficos. Objetivos específicos: Caracterizar o perfil sócio clínico da amostra; descrever os escores de qualidade de vida, ansiedade, depressão e pensamentos catastróficos nos pacientes com dor crônica; correlacionar as variáveis qualidade de vida, ansiedade, depressão e pensamentos catastróficos em paciente que vivem com dor crônica; analisar as repercussões da experiência com dor crônica no cotidiano do sujeito; integrar os dados quantitativos e qualitativos com vistas a confirmar a relação das variáveis e o viver com dor crônica. Estudo misto sequencial explanatório, realizado na Clínica da Dor do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), entre pacientes com dor crônica pós-operatória de 03 até 12 meses e que iniciaram acompanhamento interprofissional, no Programa Integrador. Dados coletados em duas fases: 01- quantitativa transversal com aplicação de instrumentos para avaliar variáveis de qualidade de vida, ansiedade e depressão e pensamento catastrófico, com realização de análise estatística descritiva e correlação; 02 - qualitativa com realização de entrevistas narrativas realizadas por meio de telemonitoramento, com análise temática de conteúdo e submissão do conteúdo ao software IRAMUTEQ. A integração dos dados foi feita por conexão em quadro Joint display. No início do acompanhamento do programa, os pacientes apresentaram, nos domínios do instrumento de qualidade de vida, os seguintes escores médios: aspectos físicos (6,5), emocionais (19,6) e dor (21,5); no instrumento de ansiedade e depressão. O escore médio foi, respectivamente, 10,6 para ansiedade e 9,1 para depressão e na avaliação dos pensamentos catastróficos o escore médio foi de 2,6. A reavaliação dos pacientes ao final do programa mostrou melhora estatisticamente significante (p<0,05) no escore médio dos domínios para qualidade de vida: aspectos físicos (42,63) e dor (40,06) e redução estatisticamente significante (p<0,05) para os escores de ansiedade (9,81), depressão (8,44) e pensamentos catastróficos (1,25). As narrativas geraram quatro categorias: a pluralidade de experiências e sentimentos vividos frente a dor crônica; significação e limitações no viver com dor crônica durante o isolamento social; autogestão da dor crônica: um processo em constante construção; o cuidado interprofissional no Programa Integrador como rede de apoio: ressignificando o viver com dor crônica. Conclusões: por meio do Programa Integrador, na perspectiva da interprofissionalidade, foi possível acompanhar e implementar práticas educativas aos pacientes promovendo melhoria da qualidade de vida, ansiedade, depressão e pensamentos catastróficos, assim como, instituir o autogerenciamento da dor, por meio de participação ativa no processo terapêutico ressignificando a mesma e minimizando seu sofrimento.