Os primeiros da família: cotidianos narrados em fotografias por estudantes populares de um Curso de Pedagogia

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Barbosa, Maria Cristina de Queiroz
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Juventude; Expansão Universitária; Cotidiano; Fotografia; Youth; University Expansion; Daily; Photography
• Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28653

A pesquisa tem por objetivo geral compreender cotidianos de jovens universitários de classes populares de um curso de pedagogia através de ensaios fotográficos e textos sobre seus cotidianos. Os objetivos específicos são: conhecer quem são os jovens que entram em cena na universidade pública com a expansão das matrículas; analisar, por meio das imagens fotográficas e textos produzidos pelos jovens universitários, seus diferentes cotidianos; descrever como jovens universitários vivenciam o cotidiano; indagar sobre o lugar social que os tempos-espaços universitários ocupam no cotidiano desses/as estudantes do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da UFF. O corpus empírico de análise, fotografias e textos descritivo-analíticos dos estudantes sobre seus cotidianos é oriundo do projeto de pesquisa “Eu sou muitos: compreendendo imagens e processos de individuação de jovens estudantes”. O campo de pesquisa é a Universidade Federal Fluminense, Campus Gragoatá, curso de Pedagogia, onde foram levantadas discussões em torno da categoria juventude (MELUCCI, 2003,1997). A pesquisa foi realizada com 59 jovens que cursaram a disciplina Ciências Sociais. A pesquisa é de aspecto qualitativo, por permitir, na elaboração das deduções, detalhes mais específicos. Utilizamos a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2016) aliada à Foto-Elicitação, que permite aos pesquisadores fazer uso de fotografias como ferramenta de reflexão (JR; COLLIER, 1973.). Naquilo que se refere à expansão do ensino superior público, estudamos o período compreendido entre o governo Lula e o governo Bolsonaro. Ao discorrer sobre o cotidiano, utilizamos como referência Machado Pais (1996) e José de Souza Martins (2008). O segundo nos ajuda a refletir sobre o tema da fotografia como método de pesquisa. Como resultado, obtivemos a compreensão de aspectos do cotidiano dos estudantes de origem popular. A universidade foi um dos momentos de seus cotidianos mais registrados. O campus Gragoatá obteve um significativo número de registros. As descrições desse espaço mostraram o quanto ele é significativo. Os momentos de aulas também tiveram a atenção dos estudantes. Registros das aulas expõem variados sentimentos. O que mais se sobressaiu foram as dificuldades de se manterem concentrados durante as aulas expositivas após uma jornada de trabalho. Também explicitaram o quanto é difícil manter as leituras em dia ao aliar trabalho e estudo. O tema do horário se torna relevante para esses jovens à medida que suas atividades cotidianas são cronologicamente muito próximas, ocasionando um problema de conciliação, pois não há como abrir mão de trabalhar para estudar. Então, seguem se ajustando da melhor maneira possível. Um ponto que toca a grande maioria é o fato de serem os primeiros da família a cursar o ensino superior e, por essa razão, tem o apoio de todos os familiares, pois é um sonho comum a todos da família, em especial do estudante. Para além da universidade, as fotografias e narrativas foram reveladoras de outras dimensões da vida dos estudantes populares, tais como os mundos da casa e do trabalho.