Resistência aos antimicrobianos entre amostras de Streptococcus agalactiae isoladas de espécimes do trato geniturinário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Nakamura, Priscila Akemi Moretti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6617
Resumo: Streptococcus agalactiae (estreptococos do grupo B - EGB) é uma das espécies de estreptococos de maior relevância clínica. Membro da microbiota de mucosas, coloniza os tratos gastrointestinal e genitourinários humanos, podendo causar infecções em neonatos, gestantes e adultos não grávidos, principalmente entre indivíduos com idade avançada, imunodebilitados, dentre outros fatores de risco. Infecções urinárias por EGB compreendem uma das manifestações mais frequentes, acometendo indivíduos de todas as idades. O objetivo desse estudo foi avaliar, entre amostras de EGBs isoladas de espécimes do trato genitourinário de indivíduos não grávidos , o perfil de resistência aos antimicrobianos recomendados para tratamento das infecções caudas por esta espécime, bem como estudar características genéticas entre amostras que apresentaram resistência ao antimicrobiano eritromicina. Foram analisadas 100 amostras isoladas a partir de espécimes do trato genitourinário [secreção vaginal (49), urina (30), esperma (17), outras secreções (4)], de indivíduos não grávidos (73 do sexo feminino e 27 do sexo masculino, com faixa etária variando de 6 a 79 anos) residentes na área metropolitana do Rio de Janeiro, entre 2008 e 2009. As amostras foram caracterizadas como cocos Gram positivo, beta-hemolíticas, capazes de hidrolisar o hiputaro e em 98% o fator CAMP foi detectado. As mostras foram submetidas ao teste de susceptibilidade a antimicrobianos, pelo método de difusão em agar. Todas as amostras foram sensíveis à ceftazidima, penicilina e vancomicina. foi observada à levofloxacina em uma amostra, cuja concentração mínima inibitória (CMI) foi superior a 32 μg/mL, através do teste espsilométrico (E-test®). A resistência plena e intermediária à tetraciclina ocorreu em 83 e 6 amostras respectivamente. A resistência à eritromicina foi observada em 11 amostras que apresentaram os fenótipos M (2), MLSBindutivo e MLSB constitutivo (5), este último conferindo também resistência à clindamicina. Foi ainda observada resistência intermediária à eritromicina em 4 amostras, com os fenótipos M(1) e MLSBi (3). Todas as amostras que apresentaram resistência plena ou intermediária á eritromicina foram resistentes , pelo método de difusão em agar , à tetraciclina e à azitromicina. As amostras resistentes à eritromicona foram submetidas à determinação da CMI pelo método de diluição em agar, cujos valores variaram entre 0,5 a >256 μg/mL. Houve discrepância de interpretação entre as duas metodologias utilizadas em três amostras. As amostras resistentes à eritromicina foram submetidas à pesquisa de determinantes genéticos de resistência. As amostras com fenótipo M (3) apresentaram o produto de amplificação compatível com o esperado para o gene ermB foi encontrado somente em uma amostra, cujo fenótipo foi MLSBi e apresentou simultaneamente dois genes de resistência (ermA e ermB). Outra amostra de fenótipo MLSBi também albergou simultaneamente dois genes de resistência ermA e mefA/E. Uma amostra cujo fenótipo foi MLSBc não gerou nenhum produto de amplificação após as reações com os iniciadores utilizados . Empregando-se a metodologia de RAPD-PCR, observou- se diversidade tanto entre amostras resistentes como entre amostras sensíveis à eritromicina, porém, notou-se a presença de perfis genéticos de significativa similaridade entre amostras que albergam diferentes determinantes genéticos de resistência, assim como entre amostras resistentes e sensíveis a este antimicrobiano, indicando que a aquisição destes genes não provocou alterações no genoma detectáveis pela metodologia utilizada, ou ainda, que estes eventos ocorrem de forma aleatória na população de amostras circulantes, não sendo capazes, portanto de determinar a ocorrência de grupos clonais específicos.