Caracterização molecular de Streptococcus agalactiae grupo B (SGB) isolados de gestantes no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ramos, Nicolle Felix Lima
Orientador(a): De Filippis, Ivano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56263
Resumo: O Streptococcus agalactiae grupo B (SGB) é uma bactéria oportunista que pode colonizar o trato gastrointestinal e geniturinário de forma assintomática. Estima-se que 15 a 40% das mulheres grávidas estejam colonizadas pelo SGB, que pode causar meningite, pneumonia, sepse e abortos. A linhagem hipervirulenta ST-17 é responsável por 80% a 95% de casos de SGB neonatal. O estudo teve o objetivo de identificar e caracterizar amostras de SGB isoladas de gestantes e pacientes e identificar a possível circulação de clones hipervirulentos por MLST e perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos. Foram analisadas 132 amostras isoladas de pacientes e gestantes do estado do Rio de Janeiro, cuja identidade foi confirmada por uma abordagem polifásica utilizando os médodos da qPCR-HRM, Maldi-Tof e CAMP. As amostras cepas isoladas foram submetidas ao TSA por disco-difusão e CIM. Cento e treze amostras de SGB foram recuperadas a partir de 132 amostras clínicas recebidas no laboratório do INCQS/FIOCRUZ. As amostras foram isoladas de secreção vaginal, urina e swab reto-vaginal de gestantes ou pacientes com suspeita de infecção por SGB. A confirmação da identidade dessas amostras foi realizada por três métodos diferentes e nenhum deles foi suficiente para confirmar a espécie em todas as cepas testadas. De um modo geral, a qPCR-HRM apresentou resultados mais consistentes e confiáveis do que os outros dois métodos. A susceptibilidade aos antimicrobianos revelou um número considerável de cepas MDR, com uma alta resistência principalmente ao sulfametoxazol-trimetoprima (100%), tetraciclina (79%), eritromicina (36%) e azitromicina (32%) que representam três classes diferentes de antibióticos. Entre os antimicrobianos mais eficientes com menor taxa de resistência (≤2%) estão os beta-lactâmicos (penicilina e ceftriaxona), linezolida, rifampicina e cloranfenicol o que apresenta uma possibilidade terapêutica importante. A análise genética pelo MLST trouxe dados importantes sobre a distribuição das amostras analisadas. Foram descritos 6 novos ST sendo três com perfil de MDR. Uma outra cepa também com perfil MDR foi classificada como ST-17. A identificação do SGB pelos métodos convencionais mostrou ser pouco acurada. A inclusão de mais um método molecular (qPCR-HRM) ou proteômico (MT) permitiria uma identificação mais precisa. No entanto, o alto custo inicial da aquisição de um equipamento de MT, dificulta o uso desse método. Em nosso estudo verificamos que a utilização do método convencional CAMP, aliado à qPCR-HRM, seria a melhor escolha custo-benefício para uma identificação mais acurada desse patógeno. Quanto à susceptibilidade aos antimicrobianos, os beta-lactâmicos continua sendo a escolha terapêutica, no entanto há uma crescente resistência a outras classes de antimicrobianos, aliada à relação genética de cepas MDR com o clone hipervirulento ST-17 o que preocupa por sua associação à doença invasiva. A adaptação de cepas com esse perfil e a crescente resistência aos antimicrobianos, tornam o monitoramento dessas infecções imprescindível para a vigilância em saúde, e deve ser implementada em todos os hospitais públicos e privados