Uma contribuição à crítica da Universidade produtivista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Viegas, Maria Cristina Leal de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12614
Resumo: Esta tese pretende abordar a ideologia produtivista fruto do neoliberalismo presente hoje no campo da pesquisa acadêmica, materializado nos Programas de Pós-Graduação – os PPGs. O marco teórico é o materialismo histórico-dialético marxista (MARX, 2003, 2005, 2013) e a filosofia da linguagem bakhtiniana (VOLÓSHINOV, 2009, BAKHTIN, 2013). O primeiro, ao fundar os pressupostos de uma crítica à economia política do sistema capitalista, vê a sociedade subsumida pelo capital que a tudo captura; a segunda considera a linguagem como fenômeno constituinte de todas as atividades humanas. A pesquisa, portanto, transita entre a sociologia e a filosofia da linguagem, já que essa permeia todas as esferas da vida social. Partindo do pressuposto de que o discurso está em toda a malha social e é construído historicamente, sendo formado e formador da ideologia, a pesquisa propõe a existência de uma economia discursiva no campo acadêmico brasileiro e pretende verificar, pela análise de documentos oficiais, a construção histórica dessa economia que prega o produtivismo acadêmico e seus efeitos, sendo a CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – articuladora fundamental nesse processo e grande enunciadora desse discurso. Como o nascimento da pós-graduação brasileira é concomitante à fundação da CAPES, suas trajetórias históricas se entrelaçam e caminham a um rumo incerto nos dias atuais. Os principais documentos oficiais analisados (CAPES, 2001, 2011) atestam a construção histórico-discursiva no e para o campo acadêmico, e não sem ideologia (LÊNIN, 2006), já que ela a própria palavra é um ato ideológico (VOLÓSHINOV, 2009) e possui materialidade pela via do enunciado (BAKHTIN, 2013). A pesquisa constata que o discurso produzido no e para o campo acadêmico brasileiro no âmbito das pós-graduação tem um forte componente hierárquico e se capilariza pelo sistema chegando aos corredores da universidade ganhando e produzindo efeitos de sentido vários. Os PPGs reproduzem esse discurso, trabalhando para um consentimento da lógica produtivista do capital aplicado à universidade