A condição eurasiana da Rússia: a identidade nacional russa em perspectiva histórica e suas ideias de pertencimento na inserção internacional do país

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paula, Pérsio Glória de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25290
http://dx.doi.org/10.22409/PPGEST.2019.m.14718620708
Resumo: O presente trabalho se insere na discussão sobre a atual transição das relações de poder mundial e pretende lançar uma nova luz sobre as questões referentes a um dos principais atores contemporâneos nesse processo: a Rússia. A discussão contemporânea sobre o comportamento russo apresenta determinados consensos teóricos e tendências analíticas muitas vezes influenciados pela atual tensão geopolítica entre o país e o Ocidente. Essa tendência é especialmente evidente no campo de estudo das Relações Internacionais, cuja influência afeta não só as análises acadêmicas como também as formulações de políticas. Com o objetivo de transcender esse problema, a presente pesquisa discute as causas e efeitos dessas tendências e propõe parâmetros explicativos alternativos, baseados nas acumulações históricas, culturais e geográficas da Rússia. Isso permite a exposição de aspectos antes ignorados em sua atuação internacional. Assim, são apresentadas vias alternativas de análise pautadas na formação da identidade e da história russas. A partir da identidade nacional, é sugerido, então, que existe uma influência dos acúmulos históricos e das condições geográficas na política e na geopolítica russa contemporânea. Igualmente, é sugerido que essa influência pode ser avaliada a partir de uma questão de identidade histórica, que tem como vetor a oscilação nas ideias dominantes de pertencimento supranacional do país. Para analisar essa questão, são apontadas as três correntes principais dessa crise de identidade histórica: o Eurasianismo, o Ocidentalismo e o Eslavofilismo. Essas correntes detêm interpretações próprias e únicas dos acúmulos históricos, das experiências culturais e das condições geográficas do país e geraram um intenso debate sobre a essência civilizacional russa entre os séculos XIX e XX. Nesse sentido, são ressaltadas as principais percepções de cada corrente e a sua influência para a geopolítica russa nas décadas finais do período imperial, que oscilaram entre a afirmação dos modelos próprios russos e a necessidade de modernização nos parâmetros ocidentais. Há, assim, uma elucidação dos diferentes posicionamentos que permitem a visualização de suas ideias históricas de pertencimento supranacional e a comparação com as oscilações contemporâneas da identidade nacional russa, a qual apresenta heranças desse debate histórico. Assim, o trabalho prossegue na análise da viabilidade de utilizar cada corrente como tipo ideal para enquadrar diferentes paradigmas de inserção internacional e conceitos geopolíticos da Rússia pós-soviética.