Grande estratégia e energia: um estudo comparativo da questão energética no Brasil e na Rússia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Gomes, Pedro Henrique Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36822
Resumo: O presente texto desenvolve-se nas áreas de Estudos Estratégicos e Relações Internacionais. Desde a Revolução Industrial, a energia sempre ocupou posição de destaque em meio às considerações e interesses estratégicos dos Estados. No século 21, em meio ao avanço da agenda ambiental e do debate em torno da transição energética, a geopolítica energética segue representando uma das principais arenas da disputa de poder no cenário internacional, mas a sua natureza vem sendo sensivelmente alterada. Neste contexto, não foram identificadas pesquisas que elaborem, em perspectiva comparativa, sobre as grandes estratégias dos Estados Nacionais, e como estes vêm se adaptando às dinâmicas de poder na esfera energética. Deste modo, esta pesquisa dedica-se a responder a pegunta “quais são as grandes estratégias de Brasil e Rússia na dimensão energética?”, tendo como objetivo caracterizar a mesma varável “grande estratégia”, no contexto da geopolítica energética. Para alcançar tal objetivo, adotam-se as metodologias de pesquisa comparativa small-n, a partir dos estudos de caso de Brasil e Rússia, e de análise de conteúdo, sob referência da abordagem de Bardin. A partir da aplicação da metodologia à coleta realizada, foi possível concluir que a grande estratégia russa consiste, sobretudo, em: (1) na simbiose de interesses entre uma elite econômica do setor energético e governo; (2) na busca pela consolidação de uma zona de influência no espaço ex-soviético; (3) na promoção da verticalização produtiva do setor, formando grandes conglomerados produtivos e financeiros e (4) na potencialização da sua segurança de demanda, consolidando sobretudo o mercado europeu. No caso do Brasil, por sua vez, não é clara a existência sequer de uma “Grande Estratégia” no sentido que foi delineado nesta pesquisa, sendo mais adequado referir-se ao comportamento brasileiro com base em meros “princípios organizativos”. Deste modo, o fio condutor que percorre a orientação da política energética brasileira ao longo do tempo, conforme identificado pela pesquisa, consiste: (1) no fortalecimento da sua segurança de oferta, através da garantia de abastecimento energético; (2) na promoção de seu soft Power através de discurso favorável à questão ambiental; (3) o desenvolvimento de capacidade nuclear para fins pacíficos; e (4) o fomento à integração regional pela via energética.