Tradução literária e variação linguística em The ways of white folks, de Langston Hughes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fortunato, Isadora Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26278
Resumo: Esta dissertação apresenta a nossa tradução comentada de contos da obra The Ways of White Folks (1934), do autor Langston Hughes (1902-1967). Temos como objetivo analisar a possibilidade de representação da variação linguística e explorar soluções tradutórias para as variedades linguísticas ligadas a grupos de fala, compreendendo sua legitimidade, sistematicidade e entendendo que elas caracterizam os falantes no texto literário. Para tanto, discutimos teorias da tradução que tratam de marcas de oralidade (Bagno, 2017; Collins e Ponz, 2018; Lane-Mercier, 1997; Pym, 2000; Rosa, 2012) e teorias de variação linguística em relação ao African American Vernacular English (Green, 2002) e ao português brasileiro (Bagno, 2009; Faraco, 2008; Lucchesi, 2009, Mello, 1996). Primeiramente, apresentamos o contexto do autor e de produção da obra e as questões raciais, sociais e ideológicas da época. Em seguida, examinamos de que maneira as teorias de tradução abordam a representação da variação linguística, as variedades linguísticas presentes no texto-fonte e alvo, trazemos a nossa tradução de quatro contos da obra e, por fim, comentários acerca dos aspectos que orientaram nossas escolhas tradutórias. Temos como princípio norteador marcar a alteridade no texto e evitar uma tradução que realize uma homogeneização dos modos de fala e que apague identidades veiculadas pela representação da linguagem falada no texto literário. Com isto, consideramos o ato de tradução como aquele que estabelece um texto em outra cultura a partir de uma reescrita do texto-fonte, um ato que vê a língua a partir de sua dimensão cultural e social. Com isso, situamos a nossa prática tradutória a partir da perspectiva de que os tradutores têm um papel ativo e ativista frente à homogeneização das línguas e ao apagamento de identidades de grupos marginalizados ao decidirem por recriar a pluralidade de vozes textuais, tendo em vista a tradução como um lugar privilegiado em que duas instâncias se encontram e podem ser examinadas por uma abordagem analítica e crítica.