Caracterização dos mecanismos moleculares de interação entre fungos patogênicos e Acanthamoeba castellanii como abordagem para origem de fatoresde virulência fúngica
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6192 |
Resumo: | De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 3,4 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao consumo de água contaminada, falta de saneamento básico e higiene. A contaminação microbiológica das águas tem grande contribuição das amebas de vida livre (AVLs). As AVLs são caracterizadas por serem bastante resistentes às adversidades do meio ambiente, bem como a germicidas. Portanto, são excelentes reservatórios para diversas bactérias, vírus e fungos encontrados no ambiente, como Legionella pneumophila, Mycobacterium sp., Escherichia coli e adenovírus. No caso de fungos especificamente, AVLs, como Acanthamoeba castellanii têm sido descritas como possíveis hospedeiros ambientais para uma ampla variedade de patógenos causadores de micoses como Cryptococcus spp., Histoplasma capsulatum, Sporothrix schenkii e Blastomyces dermatitides. Entretanto, os mecanismos envolvidos nesta interação não estão completamente elucidados. O objetivo desta dissertação é caracterizar molecularmente as instancias que tornam as AVLs capazes de interagir e carrear diferentes patógenos fúngicos, levando a uma seleção e manutenção de possíveis fatores de virulência que contribuem para emergência de epidemias. Inicialmente, desafiamos culturas de A. castellanii com amostras de fungos patogênicos e não-patogênicos, e determinamos a cinética de interação entre os fungos propostos e A. castellanii, onde houve aumento nas interações, dependendo do tempo e razão fungo: Acanthamoeba utilizados. Quando os fungos foram co-cultivados com ameba, somente Cryptococcus neoformans, Candida albicans e em menor proporção, Paracoccidioides brasiliensis, foram capazes de crescer, enquanto Sporothrix brasiliensis apresentou viabilidade inalterada e H. capsulatum e S. cerevisiae, foram mortos pela A. castellanii. Ao avaliar o crescimento fúngico no interior das Acanthamoebas, este organismo provocou a morte somente do H. capsulatum, enquanto os outros fungos foram capazes de manter-se viáveis no interior do seu fagossomo. A fim de avaliar a modificação da virulência fúngica em contato com a ameba, os fungos foram recuperados após crescimento em presença de A. castellanii, e utilizados para infectar o modelo in vivo de Galleria mellonella, onde observamos que todos os fungos foram capazes de matar mais rapidamente as larvas em comparação com fungos controles crescidos em meio somente. Com o objetivo de determinar as proteínas de A. castellanii responsáveis pelo reconhecimento fúngico, determinamos inicialmente o proteôma de A. castellanii, seguido sequencialmente, pela identificação das proteínas da superfície de A. castellanii capazes de ligação fúngicas, incluindo a participação de receptores de manose. Estas informações nos ajudaram a evidenciar o papel de novos hospedeiros fúngicos, como amebas, na manutenção da virulência fúngica e interação fungo com hospedeiros ambientais inferiores. |