Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Florentino, Michele Ramos Valente |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/35273
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Resumo: |
Candida auris tem atraído recentemente a atenção devido à sua ampla expressão de fatores de virulência e resistência a antifúngicos clinicamente utilizados, contribuindo para o alto número de infecções nosocomiais. Poucos relatos na literatura exploraram o controle microbiológico ambiental desse organismo e suas possíveis interações com hospedeiros ambientais. Explorar os mecanismos de interação do fungo C. auris com a A. castellanii, e avaliar alterações fenotípicas que podem resultar em modificação de sua virulência, como a formação de biofilme, considerado o principal fator de virulência deste fungo, termotolerância, secreção de proteases e lipases e sensibilidade a antifúngicos poderia levar a uma compreensão da adaptação ambiental desse patógeno, ao controle microbiológico e a novas estratégias de vigilância em saúde. Explorar a interação de C. auris com A. castellanii para compreender a adaptação ambiental deste patógeno fúngico, visando estabelecer medidas para o seu controle microbiológico e estratégias de vigilância sanitária. As cinéticas da interação direta entre Ac e C. auris (MMC1, resistente e MMC2, fenótipo susceptível) foram exploradas em diferentes proporções (10 patógenos: 1 Acanthamoeba, 5:1; 2:1; 1:1) e intervalos (até 3 horas) e analisadas por citometria de fluxo. A viabilidade fúngica (curvas de crescimento e unidades formadoras de colônias) foi avaliada para verificar o impacto direto e indireto de Ac em C. auris, co-incubando o fungo com a ameba ou seus subprodutos, respectivamente, como sobrenadante condicionado ou vesículas extracelulares (EVs). As cepas de C. auris recuperadas das distintas condições de incubação foram avaliadas em relação à sua adaptação ao estresse (oxidativo, osmótico, alta temperatura e pH extremo) e sensibilidade a antifúngicos (polienos e azóis). Além disso, a virulência de C. auris recuperada de Ac ou cultivada na presença/ausência de EVs de Ac e seus produtos foi comparada em modelos de sobrevivência de Galleria mellonella. As cepas MMC1 e MMC2 demonstraram taxas distintas de associação com Ac, dependendo de fatores como tempo e multiplicidade de infecção (MOI). Ambos os fenótipos se reproduziram dentro de Ac, mantendo sua viabilidade mesmo sob predação. Após a recuperação de Ac, a cepa MMC1 de C. auris mostrou maior tolerância ao estresse oxidativo e osmótico; no entanto, é importante destacar que a cepa MMC2 mostrou maior tolerância tanto ao estresse oxidativo quanto ao osmótico e a temperaturas mais altas, como 37 e 42°C. Em relação à suscetibilidade a medicamentos, a análise realizada com a cepa MMC1 confirmou sua resistência extrema, com uma concentração inibitória mínima (MIC) de Anfotericina B de 32 μg/mL, enquanto o grupo exposto a Ac exibiu maior sensibilidade (4 μg/mL). Quanto à cepa MMC2, a incubação com Ac foi capaz de induzir resistência (de 0,25 μg/mL no controle para 1 μg/mL após a interação com Ac). A passagem de C. auris por Ac foi acompanhada por um aumento na capacidade de formação de biofilme e nos níveis de ergosterol em ambas as cepas. Além disso, as cepas MMC1 e MMC2 mostraram produção aprimorada de sideróforos. Por fim, a cepa MMC1 recuperada de Ac apresentou uma taxa de mortalidade menor em G. mellonella quando comparada ao controle, indicando uma possível atenuação na virulência, enquanto para a cepa MMC2 houve uma reversão do fenótipo. A cepa MMC2, portanto, mais suscetível à predação por Ac, estaria mais propensa à pressão seletiva, adaptação ao estresse e modificação de sua suscetibilidade a agentes antifúngicos e virulência. Portanto, essas possíveis mudanças fenotípicas, causadas pelo contato com Ac e adaptação ao estresse, indicam a necessidade urgente de estratégias de controle microbiológico para patógenos emergentes e seus hospedeiros ambientais, como um possível pilar no conceito de "One Health" (Saúde Única). |