Variação qualitativa e quantitativa e ação defensiva de metabolitos secundários em macroalgas marinhas do gênero Dictyota Lamouroux (Phaeophyta, Dictyotales).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Oliveira, Aline Santos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22366
Resumo: Os tipos e concentrações de metabolitos secundários em macroalgas marinhas não são características absolutas, variando de acordo com aspectos intrínsecos (genéticos) ou extrínsecos (fatores ambientais), ainda pouco explorados. No presente trabalho foram realizadas análises (quali - e quantitativas) dos metabolitos secundários e do valor nutritivo de populações das espécies Dictyota cervicornis e D. mertensii de locais distintos do litoral brasileiro (Bahia e Rio de Janeiro) e suas relações com as suscetibilidades destas macroalgas à herbivoria. Para a identificação dos metabolitos secundários majoritários foram utilizadas as técnicas de Cromatografia em Camada Delgada (CCD), Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H) e Cromatografia Gasosa acoplada ao Espectrômetro de Massas (CG/EM). O valor nutritivo foi estabelecido a partir de análises do teor de cinza e do conteúdo de proteína. Ensaios biológicos, com alimentos artificiais e com extratos, foram utilizados para a avaliação das suscetibilidades das macroalgas à herbivoria pelo ouriço-do-mar Lytechinus variegatus. Ambas as populações de D. cervicornis estudadas (BA e RJ) possuíam diterpenos dos tipos dolastanos e secodolastanos como substâncias majoritárias, mas com nítidas variabilidades quali- e quantitativa entre as mesmas. No extrato da população de D. cervicornis da Bahia foram identificados dois dolastanos e quatro secodolastanos, enquanto a população do Rio de Janeiro foi mais rica, contendo cinco dolastanos e cinco secodolastanos. Já as populações de D. mertensii possuíam, como metabolitos secundários majoritários, diterpenos guaianos prenilados e esteróis (principalmente fucosterol) com pouca diferença qualitativa, mas pronunciada variação quantitativa de alguns componentes. Com relação aos ensaios biológicos, ambas as espécies, D. cervicornis e D. mertensii foram pouco consumidas, e seus extratos brutos foram ativos como defesa frente a L. variegatus. Nas comparações intraespecíficas, as populações de D. cervicornis foram diferentemente consumidas por L. variegatus, sendo a população do Rio de Janeiro mais suscetível ao consumo, enquanto nenhuma preferência por uma das populações de D. mertensii foi verificada. Além disso, as preferências alimentares de L. variegatus não estiveram relacionadas aos teores de cinza e o conteúdo protéico. Sendo assim, no presente estudo, a química defensiva das populações de Dictyota foi o fator preponderante nas escolhas do ouriço L. variegatus e a variabilidade na produção de metabolitos secundários nas populações estudadas se refletiu nos resultados dos ensaios biológicos, influenciando na suscetibilidade das populações. A variabilidade na produção de metabolitos secundários nas espécies de Dictyota estudadas não deve ser condicionada apenas à pressão de herbivoria, pois as características químicas de cada espécie e as condições ambientais também podem ser aspectos importantes na suscetibilidade à herbivoria.