Estudo do perfil inibitório da enzima nucleosídeo hidrolase para busca de compostos anti-leishmania em moringa oleifera lamarck

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Faria, Rachel Andrade de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27416
http://dx.doi.org/10.22409/PPG-CAPS.2021.m.14813429750
Resumo: A leishmaniose visceral é uma doença negligenciada que proporciona altas taxas de fatalidade e é causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania. Esse protozoário depende da via de salvação de purinas para a síntese de DNA, RNA e outras moléculas metabólicas. A nucleosídeo hidrolase (NH) é uma enzima chave dessa via que catalisa a hidrólise de ligações N-glicosídicas de β-nucleosídeos, fornecendo ao parasita as bases de purina e pirimidina necessárias para sua sobrevivência. Por não ter sido identificada em mamíferos, a NH representa um potencial alvo na quimioterapia seletiva da leishmaniose. A Moringa oleifera Lamarck, planta medicinal nativa do nordeste da Índia, possui inúmeras propriedades farmacológicas, incluindo a atividade antileishmanial. Sendo assim, o trabalho teve como objetivo explorar a atividade inibitória da enzima nucleosídeo hidrolase de Leishmania donovani (LdNH) a partir dos extratos das folhas e flores de M. oleifera. Inicialmente, a enzima LdNH foi imobilizada covalentemente em partículas magnéticas (PM) e sua atividade foi monitorada pela quantificação direta da hipoxantina (produto da reação) formada por CLAE-DAD. O ensaio de atividade foi empregado na triagem de extratos das folhas e flores de M. oleifera. Os extratos hidroetanólicos (70% etanol) das flores, obtidos por infusão (FIEH) e ultrassom (FUEH), exibiram inibições de 95,5% e 95,4% a 200 μg/mL, respectivamente, apresentando valores de IC50 de 26,2 ± 4,63 μg/mL e 4,96 ± 0,52 μg/mL, nessa ordem. O extrato mais ativo (FUEH) foi investigado pelo perfil de inibição de alta resolução da LdNH, que mostrou diferentes regiões de inibição no biocromatograma (13-22 min e 25-27 min). Como o biocromatograma não indicou claramente os compostos bioativos, o ensaio de fishing de ligantes foi realizado como uma tentativa de identificação desses compostos presentes no extrato. O ensaio de fishing não resultou no isolamento dos ligantes devido às condições experimentais empregadas na etapa de eluição. No entanto, a análise comparativa do extrato bruto com os sobrenadantes da LdNH ativa e inativa após a incubação (S0) indicou picos ausentes, relacionados aos compostos retidos seletivamente em S0 com a LdNH ativa, em tempos de retenção compatíveis com as regiões de inibição apresentadas no biocromatograma. Por fim, os compostos ligantes foram identificados por CLAE-QTOF-EM como palatinose, adenosina, ácido 3-p-coumoroilquínico, ácido 4-p-coumaroilquínico, hiperosídeo, quercetina-3-O-malonil glicosídeo e kaempferol-3-O-galactosídeo. Todos os compostos foram inéditos quanto a inibição da enzima LdNH utilizando o extrato FUEH das flores de M. oleifera.