Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Teixeira, Amanda Wanis |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/24016
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Resumo: |
A Operação Urbana Consorciada (OUC) Porto Maravilha, a partir do Grande Projeto Urbano (GPU) implementado na área, utiliza a cultura como recurso legitimador, o que nos permite inscrevê-la como um caso emblemático de “renovação urbano-cultural”. Essa renovação ganha nova proporção no Rio de Janeiro (2009-2016), quando as políticas urbanas neoliberais, de matriz identitária, são validadas também como produtoras de políticas culturais, de modo que a relação entre planejamento urbano e cultura ultrapassa as questões do patrimônio cultural. No caso em questão, identificamos a combinação de duas matrizes ideológicas, uma de inspiração catalã e outra apoiada em diretrizes anglo-saxãs. Essa estratégia combinatória constitui, por assim dizer, um refinamento da matriz de entendimento da cidade como cidadeempresa- cultural. No âmbito dessa matriz, a cidade é compreendida como produto cultural consumível. Nesse processo, os sujeitos da renovação urbano-cultural buscam forjar ações culturais e disputar sua hegemonia a partir de uma gestão oligopolista mercantil da própria cultura, que possibilite atrair um público consumidor desejável para o território. Desse modo, as políticas urbano-culturais tendem a valorizar as atividades culturais lucrativas e consumíveis, em detrimento daquelas historicamente mais vinculadas ao território ou que desempenham um papel de experimentação e vanguarda. Esse processo de seletividade e disputa para produzir e assentar uma nova imagem-síntese da área em renovação toma como base a imbricação das políticas urbanas com as culturais e tende a apagar os conflitos culturais existentes. Realizando uma avaliação “em processo” das relações entre as políticas urbanas e culturais na reconstrução simbólica da região, evidenciamos como ações políticas impulsionam a seletividade no entendimento e no uso da cultura, assim como o afloramento de conflitos culturais. Por meio de análises documentais e da cartografia, este trabalho busca evidenciar essas relações em um exercício que nos permite desnaturalizar o território e seus conflitos, desvinculando-nos do discurso oficial da operação urbana. No desenvolvimento da pesquisa, o desvelar das dinâmicas culturais no território conhecendo e reconhecendo atores, políticas e lugares - vividos, construídos e de memória – torna-se a chave para apontar os processos em curso na região. |