Protocolo de relaxamento cervical para coleta de embriões em ovelhas Santa Inês: eficiência, bem-estar animal, qualidade embrionária e proteômica do lavado uterino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Santos, Juliana Dantas Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36392
Resumo: Este estudo teve como objetivos avaliar: a) um teste de triagem para seleção de doadoras de embrião aptas para coleta transcervical (TC); b) a eficiência das técnicas de coleta de embrião TC ou cirúrgica por laparotomia (LP) e seus efeitos sobre o bem estar animal; c) o efeito do protocolo hormonal de dilatação da cérvix sobre o ambiente uterino e embrião. No primeiro experimento, o resultado do teste de transposição da cérvix no estro foi correlacionado com o resultado do teste imediatamente antes da coleta de embriões, sendo este último, precedido pelo protocolo de dilatação cervical que consistiu em: benzoato de estradiol (100 µg, i.v.) e cloprostenol (0,12 mg, i.m.) 12 h antes da coleta de embriões, acrescido de ocitocina (100 UI, i.v.) 15 min antes da coleta. No segundo experimento, a frequência cardíaca, temperatura retal, concentrações séricas de proteínas totais, albumina, globulina, cortisol e glicose foram mensuradas em animais submetidos à TC ou LP. As taxas de recuperação de fluido e estruturas também foram mensuradas. No terceiro e quarto experimentos, os grupos foram formados por ovelhas tratadas com o protocolo de dilatação da cérvix (descrito acima) ou o embriões foram avaliados quanto à morfologia e expressão gênica. Uma análise proteômica do lavado uterino recuperado também foi realizada. No quarto experimento, os embriões recuperados foram fixados para o teste de TUNEL e outra parte foi cultivada in vitro e submetida à qRT-PCR. No primeiro experimento, o teste de transposição apresentou acurácia de 80,0% e índice kappa de 0,52. No segundo experimento, a coleta TC foi mais eficiente que LP (taxas de recuperação de fluido, P = 0.0002; e de estruturas, P = 0.0180). Durante e imediatamente após procedimentos, a temperatura retal foi maior na coleta TC, enquanto que a frequência cardíaca foi maior no pós-operatório tardio da coleta LP (P < 0.05). Houve um pico no decorrer e logo após os procedimentos nas mensurações de glicose (maior na coleta TC, P < 0.05) e cortisol (maior na coleta LP, P < 0.05). A técnica de coleta não afetou as concentrações de proteínas totais, albumina e globulina. Nos dois últimos experimentos, a qualidade morfológica, e índice apoptótico não foram afetados pelo protocolo, mas os corpos lúteos de animais controle tiveram maior perfusão sanguínea em relação a animais tratados (P = 0.002). As concentrações de progesterona foram reduzidas no grupo tratado às 6, 9 e 12 h após a administração do tratamento (P < 0.0001). A expressão dos genes BAX, BCL2, PRDX1, e HSP90 não foi afetada pelo protocolo. Contudo, os embriões do grupo tratado tiveram menos transcritos de NANOG e OCT4 que embriões do grupo controle (P = 0.008; P = 0.006, respectivamente). Após o cultivo, não houve diferenças entre os grupos em nenhum gene. No lavado uterino, o grupo tratado obteve 436 proteínas exclusivas, destas 16 foram significativamente mais expressas que no grupo controle (P < 0,05). No grupo controle, 126 proteínas exclusivas e cinco proteínas diferenciais foram encontradas (P < 0.05). Em conclusão, o teste de transposição cervical é uma opção de triagem para doadoras de embrião pela técnica TC, que é mais eficiente e, possivelmente, menos estressante que a técnica LP. Contudo, o protocolo hormonal para dilatação cervical promove luteólise e uma alteração temporária da expressão gênica dos embriões, além de um perfil proteico do fluido uterino modificado.