Como o replantio de manguezais altera a dinâmica de fósforo em seus solos? Um estudo de caso na Baia de Guanabara (Rio de Janeiro, SE-Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Gabriela Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28942
Resumo: A elevação das concentrações de gases de carbono na atmosfera levaram pesquisadores e agências públicas à busca por medidas de mitigação das mudanças climáticas. O replantio e recuperação de manguezais aparecem como uma das principais atividades estimuladas, devido à grande capacidade de armazenamento de C nos solos. Além disso, o plantio e replantio de manguezais pode alterar a dinâmica de outros elementos químicos nos solos. O Fósforo aparece como um elemento limitante para a produtividade dos manguezais, além de ser capaz de potencializar o processo de eutrofização, alterando toda a estrutura ecossistêmica. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo geral compreender as mudanças nas características dos solos e nas formas de Fósforo (P) em função do replantio de manguezais. Amostras de solo de áreas não vegetadas (NV), manguezais estabelecidos (R) e replantados, com 7 e 9anos de idade (APA Guapi-mirim, RJ), foram coletadas e analisadas visando caracterizar as condições de oxi-redução (Eh, pH, formas de Fe), conteúdos de carbono orgânico total (COT) e matéria orgânica do solo (MOS), além da realização de fracionamento das formas de P. Os resultados apontam um aumento de MOS e COT de acordo com o desenvolvimento do bosque (MOS: 22,7±15,1 à 39,9±17,8%; COT: 8,6±5,0 à 17,9±9,2%), ao passo que os aspectos físico-químicos do solo se mostraram mais complexos. Desse modo, as condições redox mostram momentos de tendência à anoxia durante o desenvolvimento do bosque (+107±112 a +36±93 mV), seguido de uma diminuição da anoxia (+43±137 mV) devido a atividade radicular, influenciando os conteúdos de Fe-pirítico. De maneira controversa, foi percebido um incremento dos conteúdos de Fe-reativo durante as fases iniciais de replantio (média: 64,3±85,5 a 89,3±107,3 μmol/g), enquanto o bosque estabelecido apresentou os menores conteúdos (média: 27,7±112,0 μmol/g). Do mesmo modo, as formas de P (P trocável, P associado à oxi-hidróxidos reduzíveis de Fe e Mn, P associado a silicatos e hidróxidos de Al, P associado aos ácidos orgânicos, P associado a Ca e Mg e P residual) também não mostraram tendências claras função da idade do bosque. O fósforo orgânico (referente às frações PAH e Pres) seguiu como o mais abundante em todos os pontos de coleta desse estudo. Apesar disso, somente o bosque NV apresentou correlações significativas entre Porg e COT (COT vs PAH: r = 0,538, p = 0,002; COT vs Pres r = 0,513, p = 0,004). Entre as frações inorgânicas, o PSiAl foi a mais importante. Menores conteúdos para as frações PEX, PAH, P-pseudo-total e PSiAl foram encontradas nos manguezais vegetados indicado uma intensificação na ciclagem do P. Sazonalmente, observou-se um declínio nos conteúdos de P-pseudo-total durante a época seca. Valores de COT e frações de Fe também foram menores durante essa estação.