Políticas públicas e migração: vivência acadêmica de estudantes cotistas de medicina da UFRJ-Macaé

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Amanda Gonçalves da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31555
Resumo: Este trabalho objetiva compreender o processo de migração de estudantes de camadas populares, cotistas por renda, do curso de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro campus Macaé; criado em 2008 por iniciativas institucionais, mas impulsionado para expansão por meio do Programa de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (REUNI). Teoricamente a pesquisa se apoia nos conceitos sociológicos e geográficos sobre migração em seus diferentes aspectos; nas discussões sobre integração, adaptação e afiliação universitária; e na discussão, ainda pouco desenvolvida teoricamente, sobre o processo migratório de estudantes, incentivado pela reformulação do “Novo Exame do Ensino Médio” (ENEM) e a implementação do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), além das experiências vivenciadas por estudantes de camadas populares que migram de seus estados para cursarem o ensino superior. Para tanto, a entrevista compreensiva foi utilizada como método de levantamento de dados qualitativos por meio do diálogo com 7 estudantes, contendo 2 entrevistas mencionadas neste texto. Nesse sentido, à luz da metodologia da entrevista compreensiva, os resultados apontam que os investimentos em políticas públicas de acesso foram importantes iniciativas para o ingresso das estudantes no curso de medicina considerado de alto prestígio social. Além disso, a expansão de vagas com o advento do REUNI estimulou o curso interiorizado em Macaé que já possuía um esboço inicial de estruturação. Por outro lado, o campus em Macaé teve pouco investimento em sua estrutura física e em seu corpo docente, o que influencia na vivência acadêmica de estudantes pobres, em especial pela falta de uma residência estudantil e um restaurante universitário. Ademais, o baixo número de professores concursados impede a realização de atividades acadêmicas que demandam a participação de professores vinculados à instituição. Isso posto, a ausência de uma organização acadêmica preparada para acolher estudantes migrantes é um ponto relevante para discussão de afiliação e integração de estudantes na universidade; com o objetivo de minimizar os transtornos vivenciados com a mudança de estado. Nesse sentido, o trabalho identificou que os significativos investimentos no acesso de estudantes de camadas populares, são grandes avanço para ingresso de grupos historicamente excluídos da educação superior. Por outro lado, as políticas públicas e a expansão de vagas para o acesso, precisam estar atreladas a condições objetivas de permanência na universidade vislumbrando o sucesso acadêmico.