O que sou não tem nome: raça e identidade em As mulheres de Tijucopapo de Marilene Felinto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Machado, Emanuelle Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33256
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar como ocorre a representação dos aspectos de identificação racial no romance As mulheres de Tijucopapo (2021), de Marilene Felinto. A reflexão proposta é realizada considerando a perspectiva crítica da colonialidade do poder, elaborada por Aníbal Quijano, que oferece uma nova leitura da história centralizando a invenção da raça como determinante para compreensão das desigualdades. Por essa perspectiva serão observados os aspectos contextuais da obra literária e fatores como o espaço e tempo do romance, bem como a perspectiva da narrativa que se desloca dos predominantes setores elitizados e se expressa a partir de uma mulher negra, nordestina e pobre que aponta para horizontes transgressores em um cenário marginalizado. Seguindo a perspectiva dos estudos decoloniais, o trabalho abordará os aspectos históricos e sociais que configuraram a ideia de raça, trazendo luz sobre compreensões importantes que abordam o padrão da colonialidade e seu instrumento primordial de expropriação de valor e controle social, o racismo. Considerando os fatores interseccionais no processo de construção de identidade, serão observados de que maneiras os signos que apontam para a identificação racial da personagem Rísia no romance são representados e de que modo essa construção se torna complexa tendo em vista a configuração de uma personagem notadamente mestiça, vinda de negros e índios. Além disso, seguindo o debate em torno da construção da identidade da protagonista e narradora Rísia, serão levantadas questões que atravessam o debate racial na atualidade. Dessa forma, o texto também analisará a representação mestiça problematizando, por um lado, questões em torno da mestiçagem no Brasil, intrinsicamente associada ao racismo e, de outro, a situação de indefinição que será colocada em perspectiva a partir da ideia de consciência mestiza ou das fronteiras, desenvolvida pelo pensamento de Glória Anzaldúa.