Microalbuminúria como marcador prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ferradaes, Paula de Vilhena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12342
Resumo: Fundamentos: Microalbuminúria tem sido descrita como um fator de risco para doenças cardiovascular e renal progressiva. Pouco se sabe à respeito de sua prevalência e valor prognóstico em pacientes insuficiência cardíaca estabelecida (IC). Objetivos: Estudo da prevalência e valor prognóstico da dosagem de microalbuminúria em pacientes com insuficiência cardíaca crônica. Métodos: De junho de 2007 a setembro de 2009, 92 pacientes com IC crônica foram acompanhados prospectivamente. A idade média era de 63,7% ± 12,2 e 37 (40,7%) eram homens. A média da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FE) era de 52,6 ± 17,5% e 52 pacientes (56,5%) tinham IC com fração de ejeção normal (FE50%). Pacientes sob hemodiálise foram excluídos. A concentração de albumina urinária foi determinada através da coleta matinal de amostra de urina e níveis de microalbuminúria foram definidos como valores entre 20-200 mg/L. Foram considerados como eventos a combinação dos desfechos hospitalização por descompensação da IC, visitas à sala de Emergência por IC ou morte de origem cardíaca no seguimento médio de 11 ±6,1 meses. A relação da excreção urinária de albumina e eventos cardíacos foi avaliada através da análise de regressão de Cox. Resultados: 38 pacientes (41,3%) tinham microalbuminúria e nenhum apresentou proteinúria. A mediana e a variação dos menores e maiores valores de excreção urinária de albumina na população como um todo foi 20,9, 0,83 e 137,8mg/L respectivamente. Pacientes com microalbuminúria tinham menor FE em relação ao resto do grupo (36,7 ± 12,4% vs 45,2 ± 8,2%, p=0,042), mas não foram observadas diferenças nas taxas de hipertensão e diabetes mellitus. 27 pacientes (29,3%) desenvolveram eventos durante o acompanhamento. Albuminúria foi maior em pacientes com eventos cardíacos (média 59,8 vs 18mg/L, p=0,0005). Foi estabelecido um corte de 35mg/L de microalbuminúria a partir da análise da curva de ROC, com uma sensibilidade de 59,3 e especificidade de 89,5 (AUC =0,74). A sobrevida livre de eventos foi menor nos pacientes com microalbuminúria ..35mg/L comparada a valores inferiores (p=0,0001). Variáveis independentes foram relacionadas aos eventos cardíacos em pacientes com microalbuminúria (p<0.0001, hazard ratio=1.02, 95% IC=1.01 a 1.03 por aumento em 1UI na taxa de microalbuminúria) e infarto do miocárdio prévio (p=0,025, hazard ratio=3,11, 95% IC=1,15 a 8,41). Conclusão: A microalbuminúria é um poderoso marcador prognóstico para pacientes com IC crônica