Influência de parâmetros antropométricos e de composição corporal no prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Mendonça, Dayana Dias
Orientador(a): Biolo, Andreia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/279326
Resumo: Estudos recentes avaliam o impacto prognóstico da composição corporal, com objetivo de investigar o papel da massa gorda e massa magra no prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Métodos práticos e acessíveis são necessários para uma avaliação mais precisa, e é fundamental analisar as evidências publicadas para avançar o conhecimento nessa área. Realizamos dois estudos: o primeiro, uma coorte avaliando o impacto da composição corporal através de parâmetros antropométricos na sobrevida de pacientes com IC, considerando diferenças entre homens e mulheres; e o segundo estudo é uma revisão sistemática e metaanálise para avaliar a relação entre diferentes parâmetros da composição corporal com sobrevida geral em pacientes com IC. No estudo de coorte, foram aferidos o índice de massa corporal (IMC), a prega cutânea tricipital (PCT, representando gordura subcutânea) e a área muscular do braço (AMB, representando massa muscular) em pacientes com IC crônica. Na revisão sistemática, cinco bases de dados foram consultadas até janeiro de 2024 para investigar o papel prognóstico de parâmetros da composição corporal na sobrevivência de pacientes com IC. Foram 741 pacientes incluídos no estudo de coorte. A taxa de mortalidade em até 5 anos de acompanhamento foi de 41%. Na análise por sexo, baixo-IMC (HR 1,74; IC95% 1,10-2,76) e baixa-PCT (HR 2,30; IC95% 1,45-3,67) foram associados a pior prognóstico apenas em mulheres. A baixa-AMB foi associada a maior risco de mortalidade tanto em mulheres (HR 1,55; IC95% 1,00-2,40) quanto em homens (HR 1,35; IC95% 1,01-1,79). A revisão sistemática incluiu 39 estudos de coorte totalizando 36.176 pacientes com IC, analisando 21 estudos quantitativamente. A baixa massa muscular foi o parâmetro com maior impacto prognóstico em pacientes com IC (HR: 1,65; IC 95% 1,29-2,12; I2 = 45%). Elevada massa gorda (HR: 0,84; IC 95% 0,74-0,96, I2=58%) e baixos níveis de massa livre de gordura (HR: 1,32; IC 95% 1,10-1,59; I2 = 61%) também foram fatores prognósticos, embora seja encontrada alta heterogeneidade entre os estudos. Adiposidade abdominal não mostrou associação significativa com risco de mortalidade. Em conclusão, os parâmetros antropométricos evidenciaram impacto diferente da composição corporal entre homens e mulheres com IC. Enquanto a PCT emerge como um marcador prognóstico robusto exclusivamente para mulheres, a AMB está associada ao prognóstico em ambos os sexos, sendo o único fator independente nos homens. A revisão sistemática destaca a importância prognóstica da massa muscular na IC; a baixa massa muscular se destaca como um preditor mais robusto em diferentes subgrupos e através de métodos de avaliação mais confiáveis.