Resumo: |
De forte tradição política sindical, a Bolívia enfrentou, em seu último quarto do séc. XX, um intenso quadro de mudanças institucionais e também nos padrões de organização política contrahegemônica. A COB – Central Obrera Boliviana – que co-governou junto com o MNR após a Revolução de 1952, perde influência a partir da implementação do decreto 21060 de 1985, que flexibiliza direitos trabalhistas. Entretanto, a retomada dos movimentos sociais, a partir de inícios da década de 90, e principalmente com a Guerra da Água (2000), em Cochabamba, e a Guerra do Gás (2003) em várias cidades do país leva em conta a crítica aos sindicatos tradicionais, ao colonialismo e às recentes privatizações. Construiu-se um processo no qual o território e os recursos naturais são fatores de aglutinação. A análise aqui apresentada levará em conta o contexto mais amplo da América Latina, para então se inserir nos debates sobre as redemocratizações e conseqüentes rumos que seguem os movimentos sociais e suas possibilidades políticas na Bolívia. Enquadra-se ainda a teorização do geógrafo David Harvey no que tange ao conceito de "acumulação por espoliação", e sua pertinência para os estudos da exploração e expropriação de bens comuns e práticas tradicionais |
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