Mulheres armamentistas no Instagram : Discursos, redes e violência contra a mulher

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Melo, Luiza Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37901
Resumo: Esta dissertação se dedica a explorar os perfis de mulheres brasileiras que promovem o armamentismo no Instagram. A literatura sobre as reivindicações pelo acesso às armas de fogo tem associado o fenômeno armamentista aos avanços da nova direita, do lobby das armas e do sentimento público de desesperança nos mecanismos oficiais de justiça e segurança. A partir da conquista de cadeiras no parlamento por mulheres pró-armas da nova direita – como Joice Hasselman, Júlia Zanatta e Carla Zambelli –, é notória a disseminação de discursos que representam as armas de fogo como instrumento de autodefesa e empoderamento feminino, da política à sociedade civil. Diante desse cenário, o objetivo da pesquisa foi identificar e analisar os perfis que propagam o discurso armamentista para mulheres no Instagram. De caráter qualitativo, os métodos utilizados são: o mapeamento dos perfis e de redes entre eles e empresas do ramo dos armamentos; e análise dos discursos publicizados por três perfis de mulheres armamentistas: uma mulher patrocinada por empresas do ramo das armas e munições, uma policial militar e uma armamentista sem patrocínios de empresas do ramo. Todos os dados da pesquisa foram coletados através do Instagram. Os principais resultados encontrados através da investigação foram: a articulação de símbolos originalmente feministas de empoderamento a velhos signos de feminilidade padrão; propostas de autodefesa armada para as mulheres como estratégia frente à violência contra a mulher, seja urbana ou intrafamiliar; um paralelo entre o crescimento do mercado armamentista e os perfis de ativismo feminino “pró-armas”, devido aos patrocínios às iniciativas das mulheres; e exibições que constroem uma narrativa que busca publicizar um ideal de "ser mulher" no contexto armamentista, combinando elementos de ruptura e de confirmação de expectativas sociais de gênero.