De escola do mato a escola popular do/no campo: presença, pertencimento e participação das famílias e comunidade em diálogo com uma escola pública municipal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Azevedo, Elder dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23770
Resumo: A presente pesquisa, desenvolvida numa escola pública localizada em uma comunidade rural, da rede municipal de Paraíba do Sul/RJ, teve por objetivo investigar como a participação popular – das famílias e comunidade – em uma escola pública municipal se organiza e como o coletivo dialoga com o poder público. Nesse contexto, observam-se as relações entre presença, pertencimento e participação desses sujeitos com a escola pública e como esses sentimentos/relações impactam na organização mais participativa e democrática da escola. Para tal, é preciso compreender o contexto de pertencimento da escola e problematizar as relações famílias-escola e comunidade-escola, articuladas à luta pelo direito à educação na comunidade. As famílias, presentes no cotidiano da escola, buscam participar mais ativamente em suas decisões político-pedagógicas pelo fato de a reconhecerem como parte da comunidade local. As inquietações, os anseios e os desejos das famílias são tomados por mim e transformados em projeto de investigação, realizado com esses sujeitos praticantes (CERTEAU, 2009) no cotidiano da escola. Desse contexto, emerge a necessidade de compreender o enraizamento da colonialidade do poder (QUIJANO, 2005) e do saber (LANDER, 2005) em nossa sociedade e, consequentemente, na escola e nas relações estabelecidas entre os sujeitos, a escola e o sistema de ensino, entre a escola e a comunidade e entre a escola e as famílias, além dos impactos e reconfigurações das minorias subalternizadas nos processos de ressignificação de si e da própria realidade a partir da produção de entre- lugares (BHABHA, 2013). Nesse sentido, assumo a pesquisa com o cotidiano (ESTEBAN, 2003; GARCIA, 2003a, 2003b), em articulação com os princípios da pesquisa ação participante (FALS BORDA, 1977), e, tomando as famílias como principais interlocutores, assumo o compromisso ético-político-pedagógico de ouvi-las, reconhecendo seu lugar de fala desde a sua materialidade de origem. Assim, busco o paradigma da Educação do Campo (ARROYO; CALDART; MOLINA, 2011; FERNANDES; MOLINA, 2004; MOLINA, 2015), a partir do paradigma da Educação Popular (BRANDÃO, 1985; 2006, MEJÍA, 2020), com destaque para a prática dialógica (FREIRE, 2005). O diálogo como um princípio metodológico me levou às rodas de conversas (WARSCHAUER, 2001) em que as inquietações, desejos, questionamentos dos sujeitos apareceram, contribuindo para compreender a necessidade de constituir uma escola popular do/no campo que instrumentalize as crianças e a própria comunidade para interferirem no e com o mundo. Assim, compreendemos que fazer democracia no cotidiano da escola é um processo complexo e que exige o diálogo para que as famílias e comunidade estejam presentes na unidade escolar que sentem como pertencente àquele coletivo, podendo influir nas decisões e rumos da educação que se faz naquele lugar com e para o povo. Daí a possibilidade de uma escola pública democrática, ou seja, com participação popular, na reelaboração do seu projeto.