Avaliação do fitobentos para o biomonitoramento da contaminação por metais na Lagoa Rodrigo de Freitas, RJ/

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Araujo, Clarissa Lourenço de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3272
Resumo: Este estudo teve como objetivo contribuir para o conhecimento sobre o potencial uso de organismos fitobentônicos (macroalgas e a macrófita aquática Ruppia maritima) para o monitoramento de metais de interesse ambiental (Al, Fe, Co, Cu, Hg, Mn, Pb e Zn) na área da Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ), um sistema costeiro sob múltiplos impactos antrópicos. Esta contribuição baseou-se no princípio de que para a seleção e uso de organismos marinhos como biomonitores é necessário conhecer os padrões de acumulação dos metais e a realização de um estudo comparativo entre diferentes potenciais biomonitores, escolhidos para cobrir diferentes fontes de metais na área estudada. Foram coletadas amostras durante os meses de fevereiro e julho de 2008 e fevereiro de 2009, incluindo algas clorófitas, divididas em dois grupos morfológicos (filamentosas e talófilas), além de uma espécie de alga rodófita (Polysiphonia subtilissima) e da macrófita aquática. Na lagoa, metais como Cu, Hg, Pb e Zn são potencialmente derivados do aporte de esgoto doméstico, do aporte de águas pluviais e da remobilização dos sedimentos pela dragagem periódica dos sedimentos de fundo, mas para o biomonitoramento desta contaminação, além da variabilidade intra e interespecífica na acumulação de metais nos tecidos, destaca-se uma elevada variabilidade na distribuição espacial dos organismos entre as campanhas, particularmente a crescente ocorrência de organismos como as clorófitas filamentosas e P. subtilissima. De maneira geral a distribuição espacial dos metais no fitobentos segue a tendência de maiores concentrações de Pb, Zn, Fe e Mn na porção Norte da lagoa, possivelmente ligadas à presença das galerias de água pluvial e esgoto. O Al apresenta concentrações elevadas nas bordas localizadas na região central da lagoa, o que indica que este pode ser oriundo de lixiviação da bacia (Maciço da Tijuca). Já Cu, Co e Hg não exibem um perfil de distribuição tão nítido quanto os outros, provavelmente por apresentarem um efeito mais acentuado de fontes difusas de entrada na lagoa. As concentrações dos metais-traço nos tecidos das macroalgas e da macrófita aquática seguiram uma mesma tendência (Zn>Cu>Pb>Co>Hg), enquanto tendências variáveis foram encontradas para Al, Fe e Mn. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre as concentrações de metais no conjunto de estações com fonte pontual e sem fonte pontual de contaminação. Os resultados evidenciam que P. subtilissima pode ser indicada como biomonitora adequada para contaminantes como Cu, Hg, Pb e Zn. Já a macrófita R. maritima se mostrou particularmente indicada para o monitoramento da contaminação aguda por Hg em decorrência de um evento de dragagem, tendo exibido uma tendência de redução das concentrações do metal após o período da dragagem avaliada, em concordância com análises sedimentares realizadas anteriormente na área.