Entre Céus e Terras, Romance e Relato: a representação da natureza brasileira por Visconde de Taunay

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fonseca, Thayane Marins da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11657
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo discutir, no contexto do Romantismo brasileiro, aspectos relacionados à representação da natureza em duas obras de Visconde de Taunay (1843-1899) – Inocência (1872) e Céus e Terras do Brasil (1882) – o primeiro um romance sertanejo, o segundo um relato de viagem. Pretende-se explorar como a técnica do registro, ou seja, a construção da paisagem pelo viajante interfere no trabalho do ficcionista, tendo em mente a equivalência muitas vezes estabelecida entre natureza e paisagem, e suas implicações na construção de uma perspectiva literária sobre o mundo natural do Brasil. Além disso, é importante entender a tradição de viagem – já que Taunay era um viajante – não apenas como produtora de conhecimento científico, mas também de impressões esteticamente válidas para os propósitos nacionais. Anne Cauquelin afirma em A invenção da paisagem que “as palavras podem mentir; a imagem, por seu lado, parece fixar o que existe” (2007, p.93), isto é, o que vemos acaba fixando-se com mais facilidade ao nosso imaginário. Taunay, portanto, parece utilizar desse “poder da imagem”, já que sua escrita se volta para o elemento visual, com grande predominância de descrições construídas a partir de referências à linguagem do desenho e da pintura, e mesmo sua narrativa se traduz em termos plásticos, ecoando aqui Antônio Cândido. A natureza observada e traduzida por Taunay é transformada em paisagem, já que se constrói uma sensação, diante das suas descrições, que nos remete a observações de quadros/cenas, ou seja, o mundo natural limitado a um enquadramento, totalmente organizado e ornado. Propõe-se um estudo que consiga averiguar a representação da natureza nas obras de Visconde de Taunay, tendo em vista a relação de trânsito textual entre os relatos de viagens e o seu romance no processo de construção de uma paisagem brasileira. Além disso, convém considerar aspectos da ciência romântica que são importantes para a compreensão das obras do autor estudado, uma vez que são colocados em relação o estético e o empírico