Utilização de indicadores biogeoquímicos na reconstituição das mudanças paleoambientais no holoceno em área de transição de floresta / cerrado / Campo (Humaitá - AM)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Rodrigues, Rodrigo de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/5848
Resumo: A utilização de indicadores (ou marcadores) biogeoquímicos na reconstrução paleoambiental na região de Humaitá (AM) possibilita estimar a freqüência e a magnitude dos paleoincêndios; e que, através da análise do fluxo de material biogênico e das análises isotópicas e radiocarbônicas, foi possível reconstituir (em parte) as condições paleoclimáticas e o cenário ambiental da região de Humaitá (AM) no Holoceno, nos últimos 4800 anos. A interpretação temporal à cerca das transformações do material biogênico em função de possíveis intervalos climáticos diferenciados indicou cinco fases climáticas sendo elas: 1- Fase seca com alta ocorrência de incêndios (4800 a 4600 anos A.P.); 2- Fase úmida (4600 a 4250 anos A.P.) com pouca ocorrência de incêndios; 3- Fase úmida de transição de intensa atividade erosiva com pouca ocorrência de incêndios (4250 a 3500 anos A.P.), 4- Fase seca com pouca ocorrência de incêndios (3500 a 400 anos A.P.), 5- Fase úmida com alta ocorrência de incêndios (últimos 400 anos A.P.). Nos registros do testemunho HUM 97/5 (Humaitá - AM), caracterizado por uma transição de vegetação de floresta para “savana arbórea” e campos inundados, encontrou-se uma fase de principal ocorrência dos incêndios a 300 anos A.P.; com fluxo de 78.700 partículas cm-2 ano1; e uma segunda fase marcada por baixas concentrações de carvões: 700 partículas cm-2 ano-1 em 1000 anos A.P.; 1.300 partículas cm-2 ano-1 em 1400 anos AP; 2.300 partículas cm-2 ano1 em 3850 anos A.P., sendo detectados maiores valores no topo e na seção basal do testemunho analisado. Os elevados níveis de COT apresentaram valores equivalentes aos aportes de microcarvões e também ao desenvolvimento de uma biomassa nas fases úmidas. Entretanto, os valores de 13C obtidos nos dois perfis sedimentares analisados (HUM 97/4 & HUM 97/5), indicaram mudanças do tipo de vegetação no período estudado, sugerindo que o limite floresta-cerrado e campo deva ter sofrido alterações durante a transição do Holoceno Médio para o Holoceno Superior. Neste caso, o cenário paleoclimático dos últimos 4800 anos A.P., (aponta para um ecótono de paleovegetação predominantemente herbácea e arbustiva), intercalados com fragmentos de floresta em função dos fatores edáficos (do solo), além de prováveis oscilações climáticas e uma consequente elevação no regime pluviométrico sazonal, próximo do mosaico climático atual.