Cartas e narrativas do cotidiano de uma professora no atendimento escolar hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Bastos, Ana Patrícia Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37725
Resumo: Esse trabalho busca repensar o lugar da formação dos professores das classes hospitalares nas suas relações com os espaços formativos em serviço e revelar em que medida os acontecimentos cotidianos são percebidos como experiências de produção de conhecimento. Problematizo nesta dissertação, minha vivência como professora que trabalha numa escola que fica no hospital, movida pelo seu cotidiano, por meio da escrita de narrativas, como um caminho de pesquisa-formação. Questiono: como o olhar cuidadoso para o cotidiano escolar podem ressignificar as práticas formativas? A carta, gênero que implica pessoalidade, uma relação dialógica, de intensa comunicação e transposição de barreiras geográficas, pode ser tomada como dispositivo de (trans)formação permanente de professores? Em que medida os acontecimentos cotidianos são percebidos como experiências formativas pelos professores e o quanto elas afetam a sua formação? Como a Educação Popular em Saúde, como campo de ação, de reflexão e de produção de conhecimento em saúde coletiva pode gerar estratégias de novos horizontes para o trabalho social pautado pela busca incansável da emancipação das pessoas, da garantia e do respeito aos direitos sociais e humanos? A escrita narrativa sempre foi companhia durante a vida pessoal e trajetória profissional da professora-pesquisadora-autora. Do ponto de vista teórico-metodológico, a escolha por uma pesquisa-formação narrativa (auto)biográfica, que articula durante todo o percurso as três dimensões: fontes narrativas, o registro e também a forma de produzir conhecimento, vem se delineando como uma forma outra de pesquisar, onde o movimento reflexivo inicial-contínuo-permanente desloca a ênfase da materialidade das fontes propriamente ditas e dos possíveis resultados e/ou respostas, para o percurso (trans)formativo dessa dissertação. Os caminhos e (des)caminhos, o roteiro prévio, bem como os desvios da pesquisa, provocaram a reflexividade na/da/com uma prática ressignificada e constituinte do docente-sujeito que ao narrar-pesquisar, pesquisar-narrar, busca criar um movimento dialógico de reflexão, (trans)formação e constituição identitária que revelam e afirmam ou não, um modo de ser-estar na docência. Nesse percurso busquei como companhia, alguns autores, entre eles: Paulo Freire, Regina Leite Garcia e Vincent Valla. E desse movimento, apresento nas oito cartas escritas, alguns temas como: a narrativa como um potente lugar de constituição identitária e memória, forjando um modo de ser-estar nosso com os outros, na vida-formação e o cotidiano como tempo/espaço potencialmente (trans)formativo quando o vivido é refletido, escrito, narrado e compartilhado a partir das questões apresentadas neste contexto de atuação: uma escola no hospital.