A guerra às drogas como complexo ideológico do capitalismo contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira Junior, Márcio Roberto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27283
Resumo: Esta dissertação busca defender a interpretação de que o paradigma da guerra às drogas é um fenômeno ideológico do capitalismo contemporâneo. A cuidadosa análise sobre o conceito da ideologia, realizada pelo filósofo húngaro György Lukács em Para uma Ontologia do Ser Social I e II,sustenta que as ideologias são representações que tornam os seres humanos capazes de agir, oferecendo respostas à resolução dos conflitos sociais, travados em sua vida cotidiana. A difusão dessas ideias, como meio de luta social, possibilita identificar as funções que estas exercem no âmbito da reprodução social. No que se refere à guerra às drogas, defende-se aqui que ela opera enquanto ideologia que aprofunda a dinâmica da acumulação de capital. Por essa razão, realizou-se uma reconstituição histórica da guerra às drogas, em que se procurou destacar os aspectos centrais que compõem este complexo ideológico, evidenciando os elementos que habilitam a oferecer respostas para a resolução de conflitos sociais que emanam da dinâmica da acumulação contemporânea. Para evidenciar o vínculo entre a reprodução do capitalismo contemporâneo e as múltiplas dimensões da guerra às drogas, esta dissertação fundamentou-se na interpretação de István Mészáros sobre a crise estrutural do capital, defendida em sua obra Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. Através das teses de Mészáros sobre os limites absolutos do sociometabolismo do capital, buscou-se evidenciar como o complexo ideológico da guerra às drogas é orientado pela necessidade de repressão social e movido pela necessidade da acumulação. Procurou-se, portanto, demonstrar quais mecanismos deste complexo ideológico são responsáveis por fornecer as condições subjetivas para que o Estado exerça suas funções estruturais de: i) produção e controle da produção – que mobiliza a função de mecanismo de controle social; ii) produção e consumo – que ativa a função de expandir a acumulação e; iii) produção e circulação – que aprofunda a dinâmica de dominação das economias dependentes pelos países centrais.